Após duas semanas de investigações, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conseguiu apreender o adolescente de 17 anos suspeito de esfaquear e matar o estudante da Universidade de Brasília (UnB) Milton Junio Rodrigues, na madrugada de 15 de janeiro, na Rodoviária do Plano Piloto. O menor foi detido por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na tarde desta terça-feira (29/1).
O menor, que já havia sido identificado nos primeiros dias de apuração, prestou depoimento da DCA. O outro envolvido, um morador de rua identificado como Adriano Ferreira dos Santos, 34 anos, está preso e foi indiciado por homicídio qualificado e corrupção de menor.
Relembre o caso
Após sair de uma festa no Setor Bancário Sul, Milton e outros dois amigos se dirigiram até a Rodoviária do Plano Piloto para esperar o BRT e voltar para casa, no Gama. Por volta das 3h30, Adriano teria se aproximado do trio. Em depoimento na 5; Delegacia de Polícia (Área Central), ele detalhou a abordagem.
"Disse que havia bebido muito. Viu (Milton) Junio e os amigos e pediu o isqueiro emprestado. Um dos jovens deu o objeto. A vítima estava com uma garrafa de cerveja na mão e ele pediu um gole. O jovem negou e ali começou uma discussão. O suspeito disse que a vítima o xingou e que, quando pediram o isqueiro de volta, ele sentiu aquilo como um desaforo", relatou o delegado responsável pelo caso, Gleyson Mascarenhas, à época da prisão de Adriano.
Depois da discussão, Junio e Ícaro Carlos de Souza, 19, foram ao banheiro, enquanto o outro amigo, Ary Martins, 21, foi buscar ajuda na unidade da PM na Rodoviária. Neste momento, o adolescente, amigo do homem e apontado como o responsável pela facada, perguntou se ele queria bater nas vítimas.
"Adriano concordou. O adolescente sacou uma faca e foram atrás do grupo. O adolescente foi quem deu a facada na vítima, que chegou a correr, pedindo ajuda. Adriano ainda chegou a bater no jovem, após a facada. Depois disso, a dupla fugiu", esclareceu Gleyson Mascarenhas.
Milton Junio caiu ao lado da escada rolante da plataforma inferior, próximo ao banheiro em que foi esfaqueado. Apesar de confessar que bateu em Milton, o maior envolvido alegou não ter visto que o amigo estava com uma faca e também que não teria visto o momento do golpe.