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Falso delegado da Polícia Federal é preso em Águas Claras

Nas redes sociais, o homem de 46 anos postava fotos com armas, símbolos da PF, viaturas e até fardas



Um advogado que se passava por delegado da Polícia Federal foi preso na manhã desta sexta-feira, (1/2), pela Polícia Civil do Distrito Federal. André Luiz Fonseca, 46 anos, foi acusado de extorquir pessoas que respondiam processos criminais. Ele prometia ajudar essas pessoas, acabando com o inquérito policia, em troca pedia valores entre R$ 30 mil e R$ 50 mil. A prisão foi realizada no apartamento onde mora sozinho, na Rua 25, em Águas Claras.

Por ser advogado, o suspeito tinha livre acesso às delegacias do DF, inclusive encontrava as vítimas na sede da Polícia Federal. Como sempre estava no local, com farda da corporação e distintivo, acreditavam mesmo que ele fosse delegado. Segundo o delegado-adjunto da 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul, João Ataliba Neto, André comprava os materiais em lojas oficiais.

No momento da prisão, a Polícia encontrou ainda no carro do falso delegado duas armas de pressão, uma delas réplica de um fuzil e uma pistola. A Polícia ainda não sabe o rapaz tinha porte de arma. Com André, a Polícia também apreendeu um veículo, uma caminhonete Ford Ranger 0 KM, e um moto Honda CBR 1000Rs Repsol. A 1; DP ainda está investigando a procedência tanto das armas, quanto dos veículos.


Como agia


Em um dos casos André disse a um presidiário, que cumpre pena em regime aberto, que havia um processo de ameaça contra ele na justiça e que havia drogas em seu veículo, e, caso fosse pego poderia ter a pena ampliada. Disse ainda que apenas um agente da Polícia Federal poderia ajudá-lo.

À vítima André pediu R$ 50 mil, mas como não tinha a quantia em dinheiro, o suspeito pegou o carro do rapaz como garantia, inclusive se apossou de bens pessoais dele, como aliança de casamento, um jogo de panelas no valor de R$ 9 mil e carregadores de celular.

Suspeito da ação do falso delegado, a vítima fez a denúncia. ;Foi enquadrado como extorsão, crime grave, cuja a pena é de 4 a 10 anos. O André possui um cúmplice, que é um advogado que tem um escritório de advocacia. Já sabemos quem é a pessoa, mas como estamos em investigação não podemos dizer o nome;, relatou o delegado-adjunto da 1; DP.

Outras ações


Em 2016, André já havia se passado por delegado da Polícia Federal. Foi investigado e condenado. No caso, ele respondeu pelo crime de usurpação de função pública. Como é considerada uma infração leve, segundo o delegado, a pena foi de prestação de serviço. Na época de faculdade, o suspeito foi preso por porte ilegal de arma. Um colega dele, que hoje é da Polícia Civil, afirmou que seu sonho sempre foi ser da Polícia.

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