Os pacientes que estiveram no Hospital Universitário de Brasília (HUB) para pegar a insulina ultra-rápida (apidra) voltaram para casa sem o medicamento. Apesar de a Secretaria de Saúde ter divulgado nota dizendo que o abastecimento estaria normalizado a partir das 7h30 desta sexta-feira (1;/2), não foi isso que aconteceu. Pelo menos até 15h, a prateleira da unidade de saúde continuava zerada.
Thaís Lauana Queiroz, 31 anos, aposentada por invalidez, é portadora da diabetes mellitus tipo 1 há 20 anos e precisa da insulina apidra e da lantus. Moradora de Luziânia, Goiás, Thaís vai a farmácia do HUB mensalmente e desde o mês passado ela não consegue pegar a insulina ultra-rápida. ;Eu ligo aqui e eles informam que não chegou e ainda não tem nem previsão. Só peguei a lantus, a ultra-rápida não. Já ocorreram outros atrasados, mas não devido ao HUB, na verdade, ao governo mesmo.;
Residente do Gama, o comerciante Mayron Dias, 25 anos, diagnosticado com diabetes tipo 1 há 4, desde o mês passado não consegue pegar a insulina ultra-rápida. ;Tem um ano e pouco que eu venho pegar o medicamento aqui e hoje eu esqueci o isopor para conservar melhor a insulina e já vou ter que correr daqui;, afirma o comerciante que conseguiu retirar somente a insulina tipo lantus.
Até às 15h, o estoque do HUB estava zerado. O Ministério da Saúde forneceu 9,5 mil frascos do medicamento para a Secretaria de Saúde na quinta-feira (31/1), mas a distribuição ainda não foi realizada.
A insulina ultra -rápida age no prazo de 5 a 15 minutos e é injetada imediatamente antes ou imediatamente após as refeições. A distribuição é destinada aos pacientes que têm a diabetes mellitus tipo 1 (DM 1).
Só recebe o medicamento na rede púbica quem tem pedido médico e fez o cadastro no HUB ou na policlínica de Taguatinga, que são os dois pontos de distribuição de insulina no DF. No site do Hospital Universitário de Brasília há mais informações sobre a entrega de documentos.
A autorização para retirada dos medicamentos é válida durante 6 meses e deve ser renovada a cada semestre, após nova avaliação. O paciente deve ir mensalmente ao ponto de distribuição para a retirada. São aproximadamente 3 mil usuários da rede pública de saúde que dependem da insulina no Distrito Federal, de acordo com a Secretaria de Saúde.