Luiz Calcagno
postado em 04/02/2019 06:00 / atualizado em 08/10/2020 13:09
Antes de sair de casa, não se esqueça de checar a previsão do tempo. Principalmente se for para curtir, em segurança, uma das várias cachoeiras do Distrito Federal (veja Dicas de segurança). Nesse caso, também é imprescindível um chapéu, protetor solar, água, um lanchinho leve e toalha. Tororó, Poço Azul, Saia Velha, Chapada Imperial, a capital tem várias opções para o brasiliense se refrescar no verão. Basta fazer como o grupo da estudante universitária Maria Eduarda Durães, 18 anos, que, no calor de 31°C e sob umidade de 15%, pegou um ônibus para passar a tarde na natureza, caminhando por uma trilha.
O grupo se reuniu no começo da tarde, por volta de 12h50, na casa da jovem, em São Sebastião. Munidos de um som portátil para ouvir música enquanto caminhavam, os estudantes subiram em um Circular rumo a Barreiras, setor da região administrativa. Desceram na DF-140 e, sob o sol quente, seguiram à pé para o Tororó. A recompensa: uma queda cristalina cercada de pedras e verde para amenizar a temperatura e acalmar o espírito.
“Esse lugar tem uma importância muito grande pra mim. É um espaço de paz, para me conectar com a natureza e comigo mesma. Já tiveram épocas em que eu vinha aqui quase todos os dias”, lembra a jovem. Para Maria Eduarda, o melhor da cachoeira é a mistura de verde, água e céu azul.
Integrante do grupo, o músico Paulo Castro, 25, concorda com a amiga. Ele conta que eles têm, como prática, limpar o local antes de irem embora. “Assim, quem chegar no dia seguinte talvez pense duas vezes antes de sujar um lugar tão lindo”, acredita.
Também parte do grupo, Rebeca Andrade, 18 anos, e Pedro Henrique da Costa, 19, gostam de explorar as cachoeiras do DF. “Moro na Fazenda Velha, em Sobradinho. Lá perto tem uma de que gosto muito, que é mais desconhecida. Já fui a outras de Goiás também. É maravilhoso. Fugimos do ar sujo da cidade, da poluição sonora e visual. Muita gente fica com preguiça por causa das trilhas, mas o destino vale a caminhada”, afirma Rebeca.
Parada obrigatória
A natureza é roteiro tradicional para o casal Wilhan Marques, 24, e Vanuza Souza, 29. Juntos há nove anos, cachoeiras, lagos e trilhas ajudam a contar a história dos dois. Sempre que possível, fogem para longe dos prédios e das rodovias. “A gente ama trilha. E, se tiver água, fica melhor ainda. Lavamos as impurezas e voltamos pra casa mais leves, renovados. Se não tiver água, só a caminhada já desestressa”, garante Wilhan.
Vanuza insiste que o brasiliense precisa visitar mais as cachoeiras da capital. Tanto para valorizá-las, quanto para conhecê-las e preservá-las. “É muito importante sair da rotina de vez em quando. O DF tem muitas opções. Brasília não é só a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes.”
Diversidade
Quem está de férias pode visitar até mais de uma cachoeira por semana. A do Tororó fica na DF-140, a cerca de 31km do centro de Brasília, depois da Papuda, sentido Unaí, ainda dentro da região de Santa Maria. O estacionamento é pago e custa R$ 10. A trilha tem cerca de 1,5km e é íngreme nos momentos finais, mas a vista compensa. Além disso, o poço é raso e seguro para crianças. Na volta, porém, é importante ficar atento à ponte que cruza o Ribeirão Santana para voltar à entrada principal sem se perder.
Também em Santa Maria, o Saia Velha conta com estrutura de clube e cachoeira. Para chegar ao local, a 35km da capital, seguindo no sentido Valparaíso (GO), basta virar à esquerda no monumento Solarium, popularmente conhecido como Chifrudo, às margens da BR-040. O valor da entrada é R$ 25 para crianças de até 12 anos e R$ 35, para os demais.
Outra opção é o tradicional Poço Azul, em Brazlândia. O local fica a 59,4 km do centro da capital. Visitantes pagam R$ 8 por cabeça. O caminho é de estrada de terra, pela DF-001. A entrada fica próxima ao trevo de ligação com a DF-002. A propriedade é privada, e o motorista tem que conduzir com atenção redobrada após a guarita, pois o trecho final da viagem é bastante esburacado, mas também pode ser feito a pé. O poço, com cerca de 40 metros de profundidade, fica a cerca de cinco minutos do estacionamento, em uma descida íngreme. Aqueles dispostos a fazer trilha encontrarão várias cachoeiras na localidade.
Próximo ao Poço Azul, saindo da DF-001 e pegando à esquerda na DF-002, o brasiliense tem como alternativa a Chapada Imperial, com mais de 30 cachoeiras. O valor é o mais salgado. O pacote adulto é R$ 100, sendo que o local não trabalha com cartão de débito ou de crédito. O pagamento inclui entrada, almoço, guias, trilha ecológica, educação ambiental, transporte no retorno das cachoeiras, arvorismo, tirolesa, redários e piscinas naturais próximas à sede.
Dicas de segurança
Veja o que fazer para aproveitar com segurança os passeios às cachoeiras do Distrito Federal:
» Antes de sair de casa, confira a previsão do tempo. Nem sempre chove no local de banho, mas pode haver risco de uma cabeça d’água.
» Respeite os avisos nas trilhas, tenha cuidado redobrado ao caminhar sobre as pedras e evite a borda de barrancos.
» Fique de olho nas nuvens na parte mais alta do rio e preste atenção à cor e ao nível da água. A dica é procurar pedras que ajudem a medir se a profundidade do rio está aumentando e, nesse caso, sair imediatamente da água.
» Se a água ficar turva e começar a subir, os banhistas devem procurar um local elevado, o mais longe da margem possível.
» Cânions de rios são trechos mais arriscados, enquanto áreas próximas à cabeceira são menos perigosas.