Em entrevista ao programa CB.Poder, parceria da TV Brasília e do Correio Braziliense, Tavares afirmou que essa política é a principal responsável pelo aumento ou queda nos preços. "É uma junção de fatores. Devemos levar em conta a política da Petrobrás e o dólar. Hoje, com a queda do dólar, o preço do combustível caiu. Houve realmente uma queda expressiva", disse (assista a íntegra da entrevista abaixo).
Para o presidente, a prática de cartel (combinação de preço entre os postos) deve ser investigada e punida sempre, mas ele argumenta que ainda há confusão entre os consumidores sobre o que gera os aumentos constantes. Segundo Tavares, a população tem, de maneira geral, uma visão negativa dos postos de gasolina. "Distribuição é uma coisa ; são cinco ou seis distribuidoras ;, e revenda, que cabe a cerca de 320 postos, é outra. Esses dois juntos representam 15% do preço da bomba. A margem de variação de preço é muito pequena", argumentou.
A situação dos estabelecimentos, diz, é preocupante, com os revendedores sendo obrigados a buscar outras fontes de recursos, como lava a jatos, lojas de conveniência e hamburguerias. "Ninguém está conseguindo sobreviver só com combustível. O investimento é alto", destacou.
Outra estratégia dos empresários tem sido abrir mão das bandeiras, o que ajuda a reduzir o preço, mesmo que isso represente uma diminuição da qualidade do produto vendido. "Em Brasília, muitos postos perderam a bandeira, já que isso reduz o custo dele e ele pode fazer um preço melhor."
Fim dos frentistas?
Indagado sobre a possibilidade de adotar o sistema em que o próprio consumidor abastece seu carro para reduzir custos, uma vez que os empresários não contratariam mais tantos funcionários, Tavares explicou que a medida poderia reduzir o preço do litro em até R$ 0,15. Ele, porém, acha que a medida, além de aumentar o desemprego (são 4 mil frentistas no DF), geraria filas grandes. "Hoje, vemos postos com fila. A média de tempo para abastecer é de dois minutos com frentista. Sem eles, aumentaria para sete minutos;, avaliou.
Sobre a implantação de postos em supermercados, ele disse que o Sindicombustíveis não é contra a ideia, mas que é preciso haver a mais valia do lote. ;Se o supermercado tiver a revendedora e não ferir o tombamento da cidade, tem que pagar a mais valia do terreno;, destacou.
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*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende