O ex-policial civil de 49 anos acusado de tentar invadir duas vezes uma escola da Asa Norte, foi levado para o Hospital São Vicente de Paulo ; antigo Hospital de Pronto-Atendimento Psiquiátrico (Hpap) ;, em Taguatinga Sul, após duas tentativas. Na primeira delas, ele conseguiu fugir da ambulância, na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig). Agentes da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte) encontraram o suspeito na 707 Norte. À noite, foi feita nova tentativa de encaminhá-lo à unidade psiquiátrica, porque nenhum médico do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde o paciente estava internado, se responsabilizou pela segurança dele.
Funcionários e pacientes do Hran passaram o dia receosos com a possibilidade de que o ex-policial civil pudesse ficar no local após a primeira tentativa de fuga. Desde sexta-feira, ele permaneceu sedado e amarrado em uma maca no pronto-socorro da unidade após encaminhamento da Polícia Civil. "À noite, o quadro de pessoas é ainda menor. Então, todos ficaram apreensivos, pois não sabemos do que ele é capaz", contou uma testemunha ao Correio.
No fim de semana, relatos feitos à reportagem indicaram que a medicação para mantê-lo tranquilo não estava surtindo efeito. Na noite de domingo, o ex-policial civil seguiu duas pacientes até o banheiro do hospital. Mostrou o órgão genital e voltou para dormir. Funcionários do Hran só perceberam que ele estava solto quando foram dar a medicação. O acusado não aceitou ser contido, e vigilantes precisaram auxiliar os servidores. "Foi quando as ameaças começaram. Ele gritou que havia gravado o rosto de todo mundo, que sabia o que fazer para fugir e matar cada um", relatou a testemunha.
Oito funcionários registraram ocorrência contra o ex-policial civil. O delegado-chefe da 2; DP, Laercio Rosseto, afirmou que investigará o caso. Mais uma vez, Laercio informou que não foi possível manter o ex-policial preso. "Não havia nenhuma situação prevista em lei que autorizasse a constrição da liberdade dele junto à Polícia Civil. Mas estamos priorizando o caso e fazendo tudo o que a lei permite para trazer tranquilidade à comunidade da Asa Norte", destacou.
Em nota, a Secretaria de Saúde garantiu a segurança de pacientes e servidores do Hran. "O hospital conta com equipe de vigilância e todos foram orientados sobre o caso. Todos os procedimentos para segurança dele e dos demais acompanhantes serão tomados", finalizou.
Internação involuntária
O homem passou por avaliação de uma psiquiatra do Hran, que validou a internação involuntária no Hospital São Vicente de Paulo. Apesar de falta de vagas psiquiátricas na rede pública, a irmã entrou com um pedido de internação compulsória ; mediante determinação da Justiça. Ela alegou que o ex-policial sofre de esquizofrenia, mas não apresentou laudo. O juiz negou a solicitação. Na segunda-feira (11/2), surgiu uma vaga no hospital de Taguatinga.