Cidades

Com 3 mil casos notificados e 3 mortes, Unaí vive epidemia de dengue

Todos os bairros do município mineiro do entorno do DF ultrapassam o índice de infestação larvária aceitável do mosquito transmissor da doença

Renato Alves
postado em 21/02/2019 19:53
Unaí vive epidemia de dengue, em 2019Uma das duas cidades mineiras do Entorno do Distrito Federal, Unaí (MG), a 167km de Brasília, enfrenta uma epidemia de dengue. Só neste ano foram notificados 1.352 casos suspeitos da doença, segundo os mais recentes dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde. Registros da prefeitura apontam que os casos notificados desde dezembro passam de 3 mil entre os 75 mil habitantes. O município investiga mais uma morte suspeita de dengue, a terceira ocorrida em 2019.

O índice de infestação larvária aceitável do mosquito transmissor da dengue não deve passar de 1%, segundo Organização Mundial de Saúde (OMS). Todos os extratos (conjunto de bairros unaienses) ultrapassaram esse índice em 2019. A maior quantidade de infestação larvária (6,4%) foi encontrada no extrato 1, que compreende os bairros Park Canabrava, Primavera, Primavera 5, Primavera 6, Vale Verde, Canabrava, Novo Jardim, Nossa Senhora Aparecida, Dom Bosco, Floresta, Serenata, Sagarana, Santa Luzia, Vila São Sebastião, Jardim, Nova Divineia, Bela Vista, Divineia, Vila Militar, Águas Claras.

A situação também é preocupantes no extrato 2 (bairros Politécnica, Cachoeira, Loteamento Rio Preto, Itapuã, Capim Branco, Jacilândia, Centro, Nossa Senhora do Carmo, Cruzeiro, Barroca, Capim Branco 2, Vila do Sol e Capim Branco 3), onde o índice chegou a 4,5%. No extrato 4 (Amaral, Água Branca, Água Branca 2, Alvorada, Industrial, Terra Nova, Mamoeiro, Santa Clara), o índice bateu nos 4,3%.

O menor índice de infestação larvária (2,9%) foi encontrado nos bairros Lourdes, Canaã, Novo Horizonte, Sagrada Família, Iuna, Cidade Nova, Kamayurá, Riviera Park, Vale do Amanhecer.

Focos dentro das casas


O setor de Epidemiologia da Prefeitura de Unaí interpreta os números como "expressivos e graves", especialmente após a realização da força-tarefa de limpeza da cidade. "De setembro para cá, fizemos duas grandes ações de limpeza. Percorremos domicílio por domicílio. E o problema continua dentro das residências", lamentou a coordenadora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Adriane Araújo.

Entre 5 e 20 de fevereiro, o município envolveu mais de 70 servidores (diariamente) em ações de limpeza dos domicílios em todos os bairros da cidade. A situação só não está pior, porque a Prefeitura deu uma geral em lotes vagos, terrenos baldios e espaços públicos.

Nos 15 dias de operação, patrolas, retroescavadeiras, carregadeiras, caminhões estiveram à disposição da força-tarefa de limpeza e combate à dengue, parando outros serviços de rotina. O município destinou R$ 206 mil à operação. Para a limpeza, o município recolheu 8.828 toneladas de lixo, que encheram 673 caminhões. Para acondicionar todo o material recolhido, foram gastos 15.540 sacos (grandes) de lixo.

(Com informações da Prefeitura de Unaí)

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