Alan Rios
postado em 27/02/2019 10:29
O bombeiro preso pela Polícia Civil em dezembro de 2018, acusado de desviar munições para o Comando Vermelho, teve pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Distrito Federal. O juiz da 3; Vara Criminal de Brasília, Aragonê Nunes Fernandes, interpretou que o militar integrava a facção criminosa e não poderia responder ao processo em liberdade.
A operação que deteve o acusado foi divulgada pelo Correio no CB.Poder, em 5 de dezembro. Batizada de Fogo Amigo, ela teve como alvo outras seis pessoas, mas o bombeiro foi colocado como um dos cabeças da associação criminosa, que furtava peças do armamento da Polícia Militar do DF e do Comando do Exército Brasileiro.
"Ele era o centro, ele que fornecia as munições. Nós vamos apurar se ele tinha ligação com algum militar na ativa, para ver se existe envolvimento no desvio. Já na casa dele foram apreendidas algumas munições de calibre 556, de 9 mm e algumas granadas de luz e som", detalhou à época Thiago Boeing, então diretor da Divisão de Repressão às Facções Criminosas (Difac).
Entenda
As investigações começaram em fevereiro de 2018, quando uma carga de Brasília foi encontrada sendo despachada em uma favela do Rio de Janeiro. A Polícia Militar carioca agiu no momento da descarga e encontrou quase duas mil munições de uso restrito, que estavam sendo recolhidas por membros de uma facção conhecida na região.
Os suspeitos foram presos, mas a atividade criminosa não parou. ;O primeiro autor preso na cidade carioca teve acesso a um aparelho celular de dentro do cárcere e conseguiu mandar uma segunda carga de munições, que novamente foi apreendida e resultou na prisão em flagrante de outro indivíduo;, contou Thiago Boeing em dezembro.
Com as provas necessárias, colhidas tanto no Rio de Janeiro como em Brasília, a Polícia Civil conseguiu identificar os responsáveis por receptar as munições e revender para membros do Comando Vermelho. Entre eles, estava o bombeiro preso no DF.