Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 27/02/2019 20:20
O crescimento dos casos de dengue preocupa a saúde pública do Distrito Federal. Nesta quarta-feira (27/2), a Secretaria de Saúde divulgou boletim que mostra que a incidência provável da doença aumentou mais de 220% em apenas um ano. Até 16 de fevereiro deste ano, as unidades de saúde da capital registraram 1.142 casos, quando, em igual período de 2018, apenas 355 pacientes apresentaram sintomas da enfermidade.
O levantamento aponta que cidades da região central de Brasília, que quase não apresentavam casos da doença, passaram a ter maior incidência. No Cruzeiro, por exemplo, o número de casos subiu 700%. Até fevereiro de 2018, apenas uma pessoa foi diagnosticada com a doença, quando, no ano mesmo período deste, oito casos chegaram às unidades hospitalares. Na Asa Sul, os números também assustam: os casos cresceram 650%, passando de 2 para 15.
O boletim destaca que as regiões administrativas asas Norte e Sul, Cruzeiro, lagos Norte e Sul, Sudoeste e Varjão estão entre os locais com maior índice de crescimento da doença. Dentro do período de avaliação, os casos das cidades contabilizam aumento de 236,8%, passando de 19 para 69 registros.
A região leste das unidades de saúde, que comporta Itapoã, Paranoá e São Sebastião foram as regiões onde ocorreram mais casos da doença. As três cidades simbolizam 353 do total de casos, ou seja, 30,9% dos registros.
No total, a Secretaria de Saúde registrou 1.364 casos notificados de dengue. Desse número, 1.284 (94,1%) são moradores do Distrito Federal. Os casos registrados, considerados prováveis, têm um coeficiente de incidência de 36,82 por 100 mil habitantes. O boletim ainda destaca que a aceleração do número de casos ;continua preocupante; e que, geralmente, esse aumento só é registrado no fim do verão ou início do outono ; entre março e junho.
Mortes também crescem
Em 2019, três pessoas morreram vítimas de dengue no Distrito Federal. Uma delas era de fora da capital, mas foi atendida nos hospitais de Brasília. Em igual período do ano passado, nenhum óbito havia sido registrado por causa da doença.
O aumento no índice da doença e nas mortes acendeu o alerta na Secretaria de Saúde. De acordo com o boletim, as unidades devem reforçar e capacitar as equipes para que elas consigam fazer o reconhecimento da enfermidade para que os pacientes recebam a assistência necessária. ;A organização específica do acolhimento para esse cenário pode evitar evoluções graves ou fatais;, frisa o texto.
Previna-se
Além da dengue, o Aedes aegypti pode transmitir zika e a febre chikungunya. Confira os sintomas:
Dengue: a pessoa que tenha viajado nos últimos 14 dias ou more em regiões onde esteja ocorrendo transmissão de dengue deve ficar atenta. Geralmente, os sintomas consistem em febre, entre dois e sete dias, junto a outros sintomas, como náuseas, vômitos, exantema, mialgias, artralgia e cefalia.
Chicungunya: os sintomas consistem em febre de início súbito e artralgia ou artrite intensa com início agudo, sem motivo aparente.
Zika: geralmente, pessoas com a doença apresentam manchas vermelhas pela pele junto a outros sintomas, como febre, olho vermelho sem secreção e prurido, poliartralgia (dores nas articulações) e edema.