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Opinião: A EPTG que nunca fica pronta

A drenagem pluvial, sem dúvida, aparece como a principal falha em vários pontos da rodovia. Os motoristas dos 120 mil carros que circulam diariamente querem segurança para ir e vir

Roberto Fonseca
postado em 01/03/2019 06:00
A drenagem pluvial, sem dúvida, aparece como a principal falha em vários pontos da rodovia. Os motoristas dos 120 mil carros que circulam diariamente querem segurança para ir e vir
Em duas semanas e meia, uma das vias mais importantes do Distrito Federal passará por mais uma transformação. A partir do dia 18, daqui a três segundas-feiras, a EPTG, a abreviação de Estrada Parque Taguatinga, terá inversão nas faixas exclusivas de ônibus. Com a promessa de ser uma medida paliativa, que funcionará até o BRT circular na rodovia, das 6h às 9h e das 17h30 às 19h45, os motoristas vão conviver com os coletivos no sentido contrário.

Será assim: pela manhã, quando o tráfego é pesado no sentido Taguatinga-Plano Piloto, a faixa exclusiva será liberada para os carros de passeio. Os ônibus que seguirão no mesmo sentido utilizarão o trecho exclusivo da pista contrária. À tarde, inverte: a operação será realizada no sentido Plano Piloto-Taguatinga. A expectativa dos engenheiros de trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) é de que a fluidez do tráfego vai melhorar em 20% nos horários de pico.

A EPTG, no entanto, é a prova do crescimento desordenado do Distrito Federal. Vira e mexe dá sinais de esgarçamento. A rodovia, por exemplo, em nada lembra a dos anos 1970 e 1980, quando apenas duas faixas ligavam a área central da capital federal até Taguatinga. Quem não se lembra dos antigos eucaliptos que margeavam os dois lados da pista? Ou, então, da famosa Churrascaria do Julio, que ficava ao lado do Córrego Vicente Pires, ou das barracas de coco e caldo de cana?

Agora, tudo isso é passado. Com o aumento da ocupação do solo ; em muitos casos sem nenhum planejamento, como é o caso de Vicente Pires ; e do surgimento de novas cidades (Águas Claras, Samambaia, Recanto das Emas, expansão da Ceilândia, entre outros), os 12,7km da EPTG não deram conta da demanda. Três grandes reformas ocorreram desde então. A maior delas, entre 2009 e 2010, quando foram erguidos ou reformados cinco viadutos e a pista passou a contar com quatro faixas em cada um dos sentidos ; uma delas reservada para ônibus. Duas vias marginais e 16 passarelas também foram construídas.

O problema é que a EPTG nunca está pronta. Basta uma chuvarada, por exemplo, para bolsões d;água surgirem, principalmente, em trechos próximos aos viadutos Israel Pinheiro e no de acesso ao SIA. A drenagem pluvial, sem dúvida, aparece como a principal falha em vários pontos da rodovia. Os motoristas dos 120 mil carros que circulam diariamente querem segurança para ir e vir. E, na temporada de chuvas, o perigo ressurge. Eu mesmo já presenciei três aquaplanagens. Algo pode ser feito? Ou será preciso esperar mais uma megarreforma?

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