Mariana Machado
postado em 03/03/2019 12:17
Nem só de blocos e festas é feito o carnaval. Hoje (3/3) acontece a 33; edição do Rebanhão, organizado pela Renovação Carismática Católica (RCC) e apoiado pela Arquidiocese de Brasília, no ginásio Nilson Nelson. O evento começou às 7h40, com o Santo Terço e vai até às 19h de terça-feira (5/3), quando acontece a cerimônia de encerramento. A produção espera um público entre 10 mil e 15 mil pessoas, o mesmo da edição anterior.
Anderson Porto, da equipe de organização explica que os momentos mais esperados são as adorações e a missa do cardeal Dom Sérgio da Rocha, que acontece na terça-feira às 17h. "Na edição passada, nós terminamos o evento com o ginásio lotado", comemora. "O Rebanhão tem alegria muito intensa a todo momento é essa é a palavra mais característica do carnaval. É o que nós vivemos aqui a partir de uma experiência com Deus".
A entrada do público é gratuita, mas doações de alimentos são aceitas. Todo o arrecadado vai para o lar de idosos Cecrin, localizado em Planaltina e mantido pela RCC. No palco, muita música, dança, e as pregações de diferentes párocos. Hoje, os fiéis ouviram o frei franciscano Hoslan Guedes, que atua nas igrejas São Marcos e São Lucas, ambas em Ceilândia. "É um momento de muita partilha, muita oração e que nós escolhemos para fazer uma experiência com Deus e o Espírito Santo".
Para a criançada, foi criado o espaço Rebainho, onde os monitores passam músicas e aproveitam para evangelizar. A partir de 4 anos, eles podem ficar sem os pais. Fã do Rebanhão, dona Maria Domingas Serra, de 56 anos, vai a todas as edições há pelo menos 30 anos. "Para mim, carnaval é isso, todo ano já está marcado no calendário. É um retiro espiritual, o momento de encontrar com Deus", conclui a funcionária pública aposentada. Ela conta que antigamente ia com a família, mas dessa vez, a companhia foram 12 colegas da Paroquia que frequenta em Taguatinga Norte.
[FOTO1345324]
E para quem foi pela primeira vez, o evento também agradou. A aposentada Regina Célia Umbelino, de 73 anos, costuma viajar nesta época do ano, mas como dessa vez ficou na cidade, decidiu participar. Concentrada, com um terço azul em mãos, a senhora que sempre foi católica, é devota de Santa Luzia. "Quando meu filho tinha 8 anos, levou uma pedrada no olho e quase ficou cego. Pedi muito e Santa Luzia fez uma benção na vida dele. É por isso que todo dia 13 de dezembro (dia da Santa), eu e ele vamos à missa agradecer", relata.
A juventude também se fez presente. Grupos de jovens do DF marcaram presença. Entre eles, o Ânima, da Paroquia Cristo Redentor em Taguatinga Norte. Com camisetas combinando e glitter no rosto, meninos e meninas de 13 a 21 anos se juntaram em oração e alegria. Para o marceneiro Iveraldo de Lima, 21, carnaval não é hora de abandonar a espiritualidade. "Aqui é um evento cheio de animação, o que é otimo porque motiva as pessoas a saírem de si e encontrarem com Deus". Entre risos, a turma confessa: sabem quase todas as letras das musicas, mas quando não sabem, não tem problema inventar.