Cidades

Taxista busca foliões, cobra R$ 85 pela viagem e foge com pertences deles

Mulher de 30 anos e amigo de 32 saiam do Babydoll de Nylon em direção ao Guará 2. Taxista fez uma corrida maior, cobrou valor de bandeira 2 e não esperou passageiros retirarem os pertences deles do porta-malas

Mariana Machado
postado em 04/03/2019 11:57
Corrida de 15 km, entre Mané Garrincha e Guará 2, custou R$ 85Uma bancária de 30 anos viveu uma saga para recuperar objetos pessoais furtados por um taxista na noite de sábado (2/3). A moça, que preferiu não se identificar, estava com um amigo, de 32 anos, no bloco Babydoll de Nylon, que aconteceu no estacionamento do Mané Garrincha. Por volta de 20h, os dois quiseram ir para casa. A princípio, iam solicitar um veículo por aplicativo particular, mas como não havia nenhum disponível, sinalizaram para um taxista que passava pelo Eixo Monumental na hora e embarcaram. Antes disso, colocaram no porta-malas os objetos que levavam: dois coolers. Em um deles, um celular, um par de sapatos, uma camisa e uma carteira.
O destino final era a casa dela, no Guará 2, a cerca de 15 km do local onde eles estavam. ;Meu amigo tinha bebido e estava um pouco sonolento. Ele foi na frente e eu atrás. O motorista perguntou qual caminho era melhor e como eu não sabia se acontecia algum bloco no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), pedi que fosse pelo Eixão;, explica a mulher.
O percurso, no entanto, acabou sendo muito maior do que o esperado.;Eu me distraí no celular e quando fui ver, a gente já estava quase no aeroporto. Ele ainda quis dizer que estava no caminho certo, mas eu abri um mapa no meu celular e mostrei que estava fora de rota. Foi quando ele percebeu que eu não estava bêbada e fez a volta".
Circulando em bandeira 2, o preço da corrida ficou salgado: R$ 85. Mas os problemas ainda estavam longe de acabar. ;Eu fiquei tão irritada quando desci, que fui tirar uma foto da placa enquanto meu amigo pagava a corrida. Só que assim que ele recebeu o dinheiro, arrancou com o carro, levando todas as nossas coisas;, reclama.
Ela ligou para diversas cooperativas, mas nenhuma ajudou. ;Um amigo meu que é policial militar conseguiu, com a placa, descobrir quem era o dono do carro. Registrei boletim de ocorrência na 4; Delegacia de Polícia (Guará), e lá me deram o endereço dele, em Santa Maria, mas disseram que não tinha efetivo disponível para me acompanhar;.
No domingo (3/3), ela e o marido foram à casa do dono do carro, mas não havia ninguém. Ao conversar com os vizinhos, eles descobriram que quem dirigia era, na verdade, o irmão do proprietário, e deram a eles o endereço da mãe dele. ;Fomos até lá e o encontramos. Ele tomou o maior susto quando me viu, mas eu recuperei tudo. Não sei se ele tinha intenção de devolver. Falou que sim, mas teve todo o tempo do mundo para isso. Poderia ter atendido as ligações no celular que ficou no porta-malas;, argumenta.
Para ela, táxi nunca mais. ;A lição que fica é que não tem segurança nenhuma. As companhias não ajudam em nada. Hoje nós vamos para bloquinho de rua de novo, mas com um amigo que será motorista da vez. Sem carro não dá mais;, pondera.
A reportagem entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Taxistas, Sued Sílvio, mas ele não atendeu às ligações até a última atualização desta reportagem.

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