Cidades

Papa Francisco nomeia novo bispo para comandar a Diocese de Formosa

Dom Adair José Guimarães tomará posse em 1º de junho, na catedral de Formosa. Dom Adair estava à frente da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO) havia 11 anos

Walder Galvão
postado em 14/03/2019 10:09
Diocese de Formosa terá um novo nome à frente da casa: o dom Adair José Guimarães Quase um ano após Operação Caifás, que investiga desvios de mais de R$ 2 milhões da Igreja Católica e resultou na prisão e afastamento de sacerdotes, inclusive o bispo Dom José Ronaldo Ribeiro, a Diocese de Formosa terá um novo nome à frente da casa. O Papa Francisco nomeou dom Adair José Guimarães para assumir o cargo. A posse dele está marcada para 1; de junho, na catedral da região.

Desde março do ano passado, o arcebispo de Uberaba (MG), dom Paulo Mendes Peixoto, estava como administrador apostólico da Diocese de Formosa e se revezava para estar na cidade goiana e no município mineiro. Ele assumiu o cargo após a prisão de dom José, acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de chefiar esquema que desviava verbas arrecadadas de casamentos, batizados e outros eventos promovidos pelas 33 paróquias vinculadas à Cúria da região.

Dom Adair estava à frente da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO). Dom Adair estava à frente da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO). O Papa Bento XVI nomeou o sacerdote para ser bispo da região goiana em 25 de maio de 2008. Ele também desenvolveu funções de juiz presidente do Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Goiânia (GO).

Em uma postagem do Facebook, dom Adair comentou a nomeação. "Agradeço a Deus por esse momento em minha vida. Minha imorredoura gratidão ao clero, religiosos e consagrados, seminaristas e ao Povo de Deus da Diocese de Rubiataba pela abençoada convivência e colaboração nestes 11 anos de pastoreiro", destacou.

Renúncia

Em 12 de setembro do ano passado, o bispo dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de ser mentor do esquema, renunciou ao cargo. A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou a decisão, acatada pelo papa Francisco. Em 9 de setembro, a defesa de dom José solicitou ao juiz permissão para ele se mudar para Brasília, já que o TJGO havia decidido que o bispo não poderia sair da comarca de Formosa. A Justiça concedeu o pedido, e o réu se mudou para Sobradinho, onde residem familiares dele.

Mesmo com a renúncia, dom José permanece como bispo emérito. A Diocese de Formosa informou que a renúncia foi apenas do ofício de bispo e que ele ainda mantém o vínculo com a Igreja.

Operação Caifás

Deflagrada em 19 de março, a Operação Caifás, a cargo do Ministério Público do Estado de Goiás, investiga 11 pessoas por desvios de mais de R$ 2 milhões dos cofres da Igreja Católica. A suspeita é a de que eles tenham adquirido propriedades, veículos e joias com dinheiro pago pelos fiéis em casamentos, batizados e eventos promovidos pelas paróquias e cujos preços foram reajustados.

Assim que a operação foi deflagrada, nove dos acusados permaneceram presos por quase 30 dias, mas, na terceira tentativa, conseguiram habeas corpus impetrado no TJGO. Eles respondem por apropriação indébita, associação criminosa e alguns por lavagem de dinheiro.

Além do bispo, são acusados: Thiago Wenseslau, juiz eclesiástico; Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse; Guilherme Frederico Magallhães, secretário da Cúria de Formosa; Darcivan da Conceição Serracena, funcionário da Diocese de Formosa; Edmundo da Silva Borges Junior, advogado da Diocese de Formosa; Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, empresários apontados como laranjas do esquema; Mario Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa; Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa; Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral.

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