Cidades

Jovem de 19 anos é morta com um tiro na cabeça após briga em churrasco

O suspeito de atirar contra a vítima está foragido. Dois homens e uma mulher foram presos em flagrante, suspeitos de envolvimento assassinato, que ocorreu em Águas Lindas de Goiás

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 22/03/2019 21:28
Heloá Jade da Silva Santos foi encontrado na manhã de quinta-feira. Três foram presos pela execução e um está foragido
Uma jovem, de 19 anos, foi encontrada morta, às margens da BR-070, próximo ao Portal da Barragem, no Entorno do DF. O corpo de Heloá Jade da Silva Santos tinha a marca de um tiro na cabeça e estava ao lado de uma mala de viagem. Dois homens e uma mulher foram presos em flagrante, suspeitos de participação no homicídio. A motivação teria sido uma briga. Até a última atualização desta reportagem, um homem, identificado como o autor do disparo, seguia foragido. O Grupo de Investigação de Homicídios de Águas Lindas de Goiás (GIH) está responsável pelo caso.

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) desconfiava que a mulher fosse uma garota de programa, já que há diversas casas na região voltadas para a atividade sexual. Após colher depoimentos de alguns frequentadores desses estabelecimentos, os investigadores confirmaram a profissão da vítima, que chegou a atuar em prostíbulos da cidade.
Agentes da PCGO identificaram uma pessoa próxima de Heloá, que explicou que a vítima havia deixado de morar em uma casa de prostituição havia pouco tempo, a convite de um dos suspeitos do crime. Ela e uma amiga se mudaram para a residência, que fica na Quadra 26 do do bairro Mansões Olinda. Ali, funcionaria um ponto de tráfico de drogas.
A colega da vítima relatou à polícia que o homem guardava armas de fogo em casa. Os agentes decidiram ir ao local averiguar a denúncia e, em conversa com os policiais, informaram que Heloá Jade teria brigado com uma outra jovem e, por volta das 2h de quinta-feira (21/3) foi embora da casa, sozinha. A história foi contestada pelos investigadores que descobriram uma nova versão logo depois.

Os policiais tiveram acesso às imagens de uma câmera de segurança da região, que revelaram um VW Gol, de cor vermelha, passando pelo local na mesma hora de execução da vítima. Três minutos depois, este mesmo carro retorna em caminho contrário. O veículo é do suspeito, que deu abrigo à Heloá.

Confrontados, os suspeitos revelaram o que aconteceu na noite do crime. Segundo eles, durante um churrasco, Heloá Jade discutiu com um dos amigos do grupo. O rapaz, identificado apenas como "Neguinho", ficou irritado e passou a ameaçar a jovem. Inúmeras vezes apontou o revólver para a cabeça da garota. Contrariada, Heloá deixou a festa e fez as malas, dizendo que todos haviam se voltado contra ela. Minutos depois, foi obrigada a entrar no carro do dono da residência.

Ainda de acordo com o depoimento dos suspeitos, o motorista parou o carro e a vítima desceu próximo ao Portal da Barragem. O namorado da amiga colocou a mala para fora do veículo. Neste momento, "Neguinho" desceu do carro, caminhou até Heloá Jade e, com a arma em mãos, teria dito: "chegou a sua hora". Eles contam que o homem atirou uma única vez, matando a jovem imediatamente. Após o crime, o quarteto fugiu, voltando para a casa onde Heloá morava.

A colega de Heloá e o homem que teria convidado as duas para morarem com ele ficaram em casa por um tempo. A arma do crime foi guardada na gaveta do guarda-roupa temporariamente. "Neguinho" e o suspeito que dirigia o carro foram embora em seguida. Já na manhã de quinta-feira (21/3), o dono da casa pediu que Neguinho fosse até lá e ordenou que desse um sumiço na arma do crime, bem como uma porção de cocaína que ele havia levado para o churrasco. "Neguinho" concordou. Assim o fez e nunca mais foi visto. Até a publicação desta reportagem, continuava foragido. O terceiro cúmplice, que dirigiu o veículo, foi preso em casa, na Quadra 10 do bairro Jardim Pinheiro. Ele negou a participação no homicídio.

O trio realizou exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML). Todos foram autuados por homicídio doloso qualificado. Os homens também acabaram respondendo por posse de drogas, uma vez que eles estavam com entorpecentes no momento da prisão. Como não encontraram a arma usada no crime, os agentes trabalhavam com a versão sobre a fuga de Neguinho como sendo verdadeira.

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