Patrícia Nadir - Especial para o Correio
postado em 25/03/2019 15:30
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em sua conta em uma rede social, assegurou que o Hospital Veterinário Público do DF (HVep) tem recursos ;garantidos" para continuar funcionando até o fim do ano. No momento, o HVep só tem verba suficiente para operar até a próxima sexta-feira (29/3), caso o Governo do Distrito Federal (GDF) não repasse os recursos destinados ao novo plano de trabalho da unidade. O chefe do Executivo local não só garantiu a verba, como também afirmou que será criada a Rede de Atendimento Veterinário, com a ampliação da unidade de Taguatinga; a criação de áreas específicas para cirurgia; internação e atendimento; compra de novos equipamentos e criação de quatro UPAs veterinárias. Ibaneis não falou em datas.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Ibram informou que o hospital é uma das prioridades do órgão que ;tem mobilizado a sociedade civil e parlamentares com a finalidade de dar continuidade a este relevante serviço público;. O último repasse realizado foi na primeira quinzena de fevereiro, no valor de R$ 544.995,07, o que custeia apenas os meses de fevereiro e março.
Atuação do hospital
O espaço, gerido pela Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), abre de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. Ele fica no Parque Lago do Cortado, em Taguatinga, e recebe, diariamente, uma média de 50 animais, entre cães e gatos. Destes, 30 sem emergência (com consulta marcada) e 20 por emergência.
A professora Karita Oliveira, 46, é uma das pessoas que lamenta o problema financeiro do hospital. Ela procurou a unidade para tratar a cadela de estimação Samoieda de 9 anos que está com suspeita de um tumor. ;Uma vizinha minha indicou e eu me surpreendi com o atendimento excelente. É um serviço para sociedade um lugar assim, com tudo de graça. Vi vários cachorros de rua sendo tratados;, comenta a mulher.
A vendedora Lúcia Santos, 50, que sempre leva seus dois gatos ao HVep, endossa a opinião da professora. "É uma das poucas coisas públicas que funcionam de verdade no DF. Não pode fechar de jeito nenhum."
Entidades de apoio
Organizações de defesa dos bichos também repudiam a situação. A diretora da Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima), Mara Moscoso, se diz preocupada com a situação. "Nós fizemos uma campanha de mobilização e tivemos milhares de apoio. Vamos continuar cobrando até que algo seja feito".
O lugar recebe qualquer interessado, porém, exames e cirurgias são feitos apenas em animais atendidos no próprio serviço. As senhas de atendimento são entregues das 8 às 10 horas, e o dono do animal precisa apresentar CPF, carteira de identidade e comprovante de residência em seu nome.