Cidades

Opinião: que tal a 'nova' EPTG com as faixas reversas?

Se olharmos pelo lado do incentivo ao uso do transporte público, a medida deu certo. E acredito que as ações governamentais devem ser pautadas por essa ótica. O coletivo, via de regra, precisa predominar sobre o individual

Roberto Fonseca
postado em 29/03/2019 06:00
Se olharmos pelo lado do incentivo ao uso do transporte público, a medida deu certo. E acredito que as ações governamentais devem ser pautadas por essa ótica. O coletivo, via de regra, precisa predominar sobre o individual
A utilização da faixa reversa para ônibus na EPTG, abreviatura de Estrada Parque Taguatinga, completa hoje (29/3) duas semanas úteis. Desde o último dia 18, nos horários de pico, ou seja, das 6h às 9h e das 17h30 às 19h45, os motoristas convivem com os coletivos no sentido contrário. Pela manhã, com o tráfego pesado no sentido Taguatinga-Plano Piloto, a faixa exclusiva é liberada para os carros de passeio. Os ônibus que seguem no mesmo sentido utilizam o trecho exclusivo da mão contrária. À tarde, inverte: a operação é realizada no sentido Plano Piloto-Taguatinga. E aí, deu certo a "nova" EPTG?

Reportagem publicada no site do Correio, de autoria de Fernando Jordão, sinaliza que a medida agradou em cheio aos usuários do transporte público, mas não conta muito com a simpatia dos motoristas. Impressões semelhantes foram registradas nas redes sociais do jornal: o passageiro viu as viagens de ônibus ficarem bem mais rápidas. "Para quem anda de baú, foi ótimo. Cheguei tão rápido que quase perdi a parada", disse o internauta Pablo Lima. "Para os carros, está igual ou pior que antes por causa dos gargalos", emendou Jordan Leonardo.

[SAIBAMAIS] Como motorista, tenho visão parecida. Ficou mais complicado o trecho final da EPTG. Tanto na ida quanto na volta nos horários de pico. Pela manhã, sair do Guará virou uma tormenta. O acesso ao SIA por ser, basicamente, pela marginal da via, tumultuou bem o tráfego. O mesmo problema ocorre nos pontos de cruzamento dos ônibus, onde formam-se longos congestionamentos pela diminuição de uma faixa. Segundo as autoridades de trânsito, esses gargalos já foram identificados, e a próxima etapa é tentar resolvê-los.

Se olharmos pelo lado do incentivo ao uso do transporte público, a medida deu certo. E acredito que as ações governamentais devem ser pautadas por essa ótica. O coletivo, via de regra, precisa predominar sobre o individual. Sobre a EPTG, há, no entanto, outros pontos que trazem preocupação. Um deles é o desrespeito de alguns motoristas à sinalização feita pelos cones. Existe, sim, o aviso de risco de acidentes e que é proibido sair da faixa exclusiva, mas, mesmo assim, muitos "espertinhos" ficam entrando e saindo entre os cones. Se o alerta não deu certo, que o GDF comece agora a aplicar as multas. Mãos à obra.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação