Cidades

Morre, aos 85 anos, o jornalista Olimpio de Melo

O corpo foi velado e cremado em Florianópolis (SC). Em 1975, começou a trabalhar no Correio Braziliense, onde atuou como revisor final na editoria de Opinião

Bruna Lima
postado em 29/03/2019 18:00
No Correio Braziliense, Olimpio de Melo trabalhou como revisor final na editoria de Opinião

Amor pelas palavras e olhar atento e crítico à diversidade de pensamentos. Características marcantes que fizeram o jornalista Olimpio de Melo Pires ser considerado um sujeito ímpar aos que conviveram e trabalharam com ele. Conseguiu trazer as habilidades para o âmbito profissional, atuando como editor e revisor final de Opinião no Correio Braziliense. Mesmo aposentado pelo jornal, continuou se dedicando à missão de valorizar as escritas propositivas. A caminhada do paulista, nascido na cidade de São José do Rio Preto, se encerrou aos 85 anos. Internado após passar por uma cirurgia no coração, não resistiu às complicações e faleceu na noite desta quinta-feira (28/3).

Os colegas de trabalho ; que fez durante a longa passagem pelo Diários Associados, iniciada em 1975 ; consideravam Olimpio de Melo um jornalista extremamente competente. "Tudo de Opinião passava pelas mãos dele antes de ser publicado. Tinha um zelo imenso pelo trabalho e não deixava nada passar. Ao mesmo tempo em que era rigoroso, sempre se mostrou flexível e aberto com aqueles que sabiam argumentar", lembra a editora de Opinião do jornal, Dad Squarisi, que trabalhou com Olimpio por cinco anos. Ele também exerceu a profissão em rádios de São Paulo, foi assessor de imprensa no Governo do Distrito Federal e secretário de comunicação na Universidade de Brasília (UnB).

Mesmo fora do jornal, Olimpio frequentemente enviava contribuições e análises a respeito das publicações e acontecimentos. Para a sobrinha e jornalista Laura Bettini, o importante era estar por dentro dos fatos e expondo impressões. "Opinião ele tinha de sobra. Era muito interessado no ontem, mas profundamente conectado no hoje, no fato, e por isso lia de ponta a ponta todo o jornal do dia. Escrevia e enviava ainda críticas e elogios aos redatores. Sua profissão lhe serviu de sacerdócio".
O gênio forte e intelectual não camuflou o lado companheiro, amoroso e fiel. Era querido pelos familiares, amigos, vizinhos e cuidadoras. Com carinho, o filho de criação Marco Antônio Benetti conta os momentos de infância ao lado de Olímpio, após a mãe dele, Maria Aparecida Benetti, se casar com o jornalista ; à época já viúvo e pai de três filhos. "Livros e mais livros, quanta leitura e cultura. O pôquer com amigos, jornalistas e políticos, que varavam a madrugada e nevoavam a casa com a fumaça dos cigarros. As mais diversas divertidas e curiosas histórias das viagens pela Europa com minha mãe, por quem nutria um lindo amor. Mesmo com suas manias e características de um bom ariano, acolheu três crianças pequenas como filhos do coração e se empenhou em cultivar um amor que se estendeu às netas e aos netos do coração. Sou imensamente grato por tudo que compartilhamos nessa linda jornada", agradeceu Marco Antônio.
A neta Bruna Bettini também relembra: "Saudades de quando a gente brincava e você me contava histórias. Te guardo no meu coração". O corpo de Olimpio foi velado e cremado em uma cerimônia íntima, em Florianópolis, onde passou os últimos anos de vida ao lado de familiares. O jornalista ; que era viúvo das duas mulheres com quem se casou e pai de três filhos que já faleceram ;;; deixa outros três filhos de criação e seis netos.


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