Cidades

Caso Ana Rita: líder do grupo que matou jovem condenado a 29 anos de prisão

Ela foi morta a tiros ao ser confundida com a mãe. Outros quatro envolvidos, incluindo o mandante, estão presos

Adriana Bernardes
postado em 29/03/2019 20:20
Amigos e familiares pediram Justiça no local do crime à época
A Justiça condenou a 29 anos de prisão Cícero Nunes de Lima, acusado de ser o líder do grupo de assassinos de aluguel que matou Ana Rita Graziela Rodrigues da Silva, 21 anos, na serralheria da família dela, no Núcleo Bandeirante. O crime foi cometido em outubro de 2016 e Ana Rita, morta por engano. O verdadeiro alvo era a mãe dela, a empresária Gilvana Teles, e o mandante, o ex-companheiro de Gilvana, o empresário Yuri Tavares de Brito.

O assassinato da jovem sofreu reviravoltas ao longo da investigação. Inicialmente, foi tratado como latrocínio (roubo com morte). "O celular da vítima foi levado. E a mãe da vítima disse, na delegacia, que um envelope com R$ 8 mil havia desaparecido da serralheria. Por isso, a suspeita chegou a recair sobre alguns funcionários. Mas descobrimos que esse envelope nunca existiu", explica o delegado-chefe da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa, Fernando Cesar Costa, que à época era o titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), onde a apuração começou.

A hipótese de latrocínio foi descartada, mas, a essa altura, cerca de 50 pessoas haviam sido investigadas. A história começou a mudar com uma denúncia anônima. "Chegou a informação de que o atirador era um tal de Lucas, que vivia em Santo Antônio do Descoberto e já tinha cometido outros crimes lá. Fizemos o retrato falado dele e do Cícero, que dirigiu o carro no dia do crime", conta Fernando César.

Oito meses depois do crime, em 6 de junho de 2017, e com provas obtidas por meio da quebra de sigilos telefônicos, Lucas dos Santos Almeida e Cícero Lima foram detidos. A partir dessas prisões, os investigadores chegaram aos demais integrantes do bando. Joabis Rodrigues Batista e Janilene Ferreira Lima foram presos em Marajó (GO), em 29 de junho de 2017.

No município goiano, eles se associaram a mais duas pessoas e promoviam o tráfico de drogas. Preso em flagrante, Joabis já foi condenado a 12 anos por tráfico e aguarda o julgamento pela participação no assassinato de Ana Rita. Segundo a policia, ele forneceu as armas para o assassinato da jovem. Janilene, segundo a polícia, estava com a foto de Gilvana Teles e tinha a missão de apontar, para Lucas, quem era o alvo. Mas acabou confundindo Ana Rita com a mãe dela, Gilvana.
A jovem foi morta por engano, no lugar da mãe
Durante as investigações, Jermaine da Silva Rocha acabou se mudando para a Paraíba. Ela estava no carro no momento da execução de Ana Rita. Yuri Brito, o mandante do crime, também está preso. Ele teria planejado o assassinato da ex para ficar com a guarda da filha do casal. Continua foragido um homem chamado Jader Nei Rodrigues Barbosa. Ele teria intermediado o contato entre Yuri e o grupo de assassinos de aluguel.

Sobre o tempo necessário para esclarcer o crime, Fernando Cesar explica que cada investigação tem o seu prazo. "Esse caso foi extremamente complexo. Mais de 50 pessoas ouvidas, monitoramento telefônico e prisões em três cidades diferentes. Ela levou o tempo necessário para que obtivéssemos as provas e esclarecêssemos os fatos", finaliza o delegado.

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