Cidades

Graduandos de medicina reforçam atendimento do TeleCovid

Cerca de 50 alunos voluntários vão ajudar a esclarecer dúvidas sobre o coronavírus. Iniciativa vai abranger todo o tempo na luta contra o vírus

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 30/03/2019 21:00
Cerca de 50 alunos voluntários vão ajudar a esclarecer dúvidas sobre o coronavírus. Iniciativa vai abranger todo o tempo na luta contra o vírusNesta segunda-feira (30/3), o TeleCovid começou a dispor a participação dos estudantes do último ano de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs). Cerca de 50 alunos vão ser voluntários durante todo o tempo de combate à pandemia do coronavírus. Além de oferecer atendimento remoto, darão um reforço às equipes nos três turnos.

;Este é um momento único na saúde pública mundial;, relata o diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Alexandre Garcia. ;Ser voluntário no enfrentamento ao coronavírus é um estímulo para os estudantes verem que também precisamos de médicos generalistas, voltados para a atenção primária. Hoje, a maioria dos alunos de medicina quer fazer uma superespecialização. Não é errado se especializar, mas também é importante atuar na linha de frente. Além disso, é o comprometimento social da profissão;, salienta.

O diretor explica que os alunos, separados em grupos de seis por turno, vão atender as chamadas e passar instruções desde a maneira correta de higienizar as mãos, até como atuar em situações mais graves. ;Como eles possuem conhecimento médico, conseguem identificar se a pessoa do outro lado da linha está com problemas respiratórios que possam ser indicativos de procurar uma unidade de saúde;, aponta.

Dever social

O estudante Giovanni De Toni, 26 anos, mostra que esta é uma forma de exercer a cidadania e de retribuir à sociedade todo o conhecimento conquistado. ;Ser voluntário nessa ação de enfrentamento à Covid-19 me faz enxergar com um olhar epidemiológico que a saúde depende de vários setores da sociedade;, avalia. ;Cada pessoa tem um papel importante na saúde coletiva. Nesse contexto que estamos vivendo, quero ajudar e sei que só terei ganhos com isso, como crescimento profissional e pessoal;.

Thiago Blanco, médico e professor da Escs, aponta que o trabalho de voluntariado nessa situação é um compromisso do médico. ;Temos obrigação moral e ética de ajudar nesse momento;, diz. ;A Covid-19 é um enfrentamento de todos;. De acordo com o professor, a suspensão temporária das aulas está servindo para ajudar nessa luta.

Além dos estudantes, vai ser disponibilizado professores de diversas formações para orientar e supervisionar o trabalho dos alunos durante todo o período de pandemia e de trabalho voluntário na unidade de teleatendimento. A estimativa é que o TeleCovid receba o trabalho voluntário de alunos de medicina de mais duas instituições privadas.

TeleCovid

O TeleCovid registra uma média de mais de 1,7 mil ligações por dia em suas 20 linhas telefônicas. A iniciativa é composta por servidores das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, SLU, BRB, CEB, Caesb e Defesa Civil, além do Samu e da Secretaria de Saúde (SES).

O teleatendimento funciona 24 horas. No período da noite, o serviço é prestado diretamente por técnicos de enfermagem do Samu, que repassam a ligação para enfermeiros da unidade caso seja preciso. Dependendo da situação, os profissionais tiram as dúvidas pertinentes e informam se a pessoa se adequa ou não dentro dos sintomas de coronavírus. Também é mostrado a importância do isolamento domiciliar, diminuindo, assim, a procura desnecessária de pacientes às unidades de saúde.

Durante a ligação, se a pessoa for classificada como um possível caso, será orientada, a depender da situação, a dirigir-se à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa, ou a pedir o Samu, pelo telefone 192.

Ciob


[SAIBAMAIS]Usado para atividades de segurança pública, Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) tem o objetivo de reter dados de operações e ações sigilosas do Corpo de Bombeiros, monitorando o número de contágios do coronavírus no Distrito Federal, Brasil e no mundo.

A unidade recebe dados de postos de saúde, hospitais e laboratórios, e com isso é possível formar uma base que permite saber quando, como e onde está havendo contágio. O centro é coordenado pelos bombeiros, que trabalham em conjunto com representantes das secretarias de Saúde e da Casa Civil, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das vigilâncias Sanitária e Ambiental.

Com informações da Agência Brasília

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