Cidades

Mãe acorrenta em pilastra criança de 9 anos que fugiu de casa

O caso aconteceu na manhã desta quinta-feira, em Sobradinho 1. Segundo a Polícia Civil, a mãe alegou que o menino fugia pela oitava vez e está jurado de morte

Gabriela Sales - Especial para o Correio , Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 04/04/2019 20:01
A mãe agrediu a criança com um pedaço de madeira e, depois, a acorrentado a uma pilastra da casa
Uma mulher de 34 anos está presa por agredir e acorrentar o filho, de 9 anos, a uma pilastra de casa, localizada no Assentamento Dorothy Stang, em Sobradinho 1. O caso aconteceu nesta quinta-feira (4/4). A vítima ficou sob custódia do Conselho Tutelar da região administrativa e, à tarde, foi encaminhada a um lar provisório.
O caso foi descoberto após uma denúncia anônima ao Conselho Tutelar de Sobradinho 1. "Chegou a informação de que a mãe estaria mantendo o filho em cárcere e acorrentado. Fomos ao local e verificamos que o garoto também estava machucado", conta o coselheiro tutelar César Ramos.
A 13; Delegacia de Polícia (Sobrinho 1) investiga o caso. Segundo o delegado-chefe Hudson Maldonado, a mãe da criança relatou que era a oitava vez que o menino fugia de casa e que ele está jurado de morte por adolescentes do Paranoá.
"Realmente, na delegacia, temos três registros de desaparecimento desta criança. A mulher disse que ele tem mania de fugir e vai para locais variados, como a Rodoviária do Plano Piloto, Asa Norte e Paranoá. Ela alegou que, em uma das situações, o filho agrediu uma outra criança, o que irritou um adolescente de 14 anos. Ele teria dito que mataria a vítima", detalha Hudson Maldonado.
A mulher frisou que tomou as atitudes no "desespero". O delegado explica que se trata de uma família muito humilde e a mãe trabalha como vendedora ambulante para manter a casa. Quando ela viu o garoto voltar, ao amanhecer do dia, ficou muito nervosa. Ela afirmou ter pego uma ripa da caixa de uva, bateu nele nas costas e na perna. Depois, prendeu o filho com a corrente da coleira do cachorro na pilastra de madeira no centro da residência. A intenção era de que ele não fugisse mais."
A mãe tem quatro filhos: duas gêmeas de 11 anos, a vítima, de 9 anos, um de 6 anos e um bebê, de 1 ano 8 meses. Conforme apuração da delegacia, não há relatos de que a mulher seja violenta com as crianças. "Ninguém diz que ela é uma mãe ruim e agressiva. Aparentemente, trata-se de uma situação isolada. O argumento dela é plausível, mas as ações foram desproporcionais. A mulher poderia ter agido de outro modo", salienta o delegado Hudson Maldonado.
A suspeita responderá por maus-tratos qualificado e lesão corporal, no contexto de violência doméstica. Se condenada, pode pode pegar de seis meses a quatro anos de detenção. Após prestar os esclarecimentos à investigação, agentes a encaminharam para o Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) da Polícia Civil, onde aguarda audiência de custódia, prevista para esta sexta-feira (5/4).

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