Alan Rios
postado em 07/04/2019 15:10
Brasília perdeu, neste domingo (7/4), uma personagem importante da história. Lulu Landwehr, 93 anos, última sobrevivente do Holocausto residente na capital, morreu pela manhã, vítima de uma série de doenças contra as quais lutou durante décadas.
A moradora da Asa Sul chegou ao Distrito Federal em 1962, após passar pelo campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, quando tinha apenas 14 anos. Desde então, adquiriu diversos problemas de saúde. A filha de Lulu, Vivienne Landwehr, 65, lembrou de algumas das superações dela neste dia triste para a família.
"Ela foi muito especial, uma sobrevivente de campo de concentração que estava sempre superando um contratempo grande. Minha mãe passou fome na infância, sobreviveu a uma tuberculose, a um câncer e veio para Brasília em uma época de muita poeira tendo só um pulmão. Ela foi uma guerreira", disse Vivienne.
A vida de Lulu Landwehr foi registrada em texto diversas vezes, como no livro autobiográfico E Pilatos lavou as mãos e em matérias do Correio. O segundo filho dela, Roberto Landwehr, 64, contou do amor da mãe pela capital. "Ela e meu pai, também falecido, passaram por outros países e estados, mas se identificaram muito com Brasília. Foi aqui que eles tiveram oportunidade de crescer, mesmo sem estudos."
Lulu morava na 314 Sul e faleceu após complicações no rim. Com só um pulmão, hipertensão e outros quadros de saúde delicados, ela não resistiu. O velório está marcado para às 15h30 de hoje, na Capela 8 do Cemitério Campo da Esperança, também na Asa Sul.