Cidades

Após assassinato de PM, Segurança avalia medidas para evitar tragédias

O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afirmou que avalia medidas que possam evitar tragédias como a da madrugada de segunda-feira, em Águas Claras

Alexandre de Paula, Augusto Fernandes
postado em 17/04/2019 06:00
O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afirmou que avalia medidas que possam evitar tragédias como a da madrugada de segunda-feira, em Águas Claras
Depois do assassinato de um policial militar por um policial civil em momento de folga, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afirmou que avalia medidas que possam evitar tragédias como a da madrugada de segunda-feira, em Águas Claras. Segundo ele, a pasta pedirá apoio ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para buscar alternativas ; o porte de arma para agentes de segurança, em serviço ou não, é regulamentado pela legislação.

;Precisamos pensar em uma maneira que preserve o policial que, muitas vezes, está exposto, mas também ajude a delimitar qual a prática nessa situação;, declarou. ;Nós vamos nos reunir com o MP para buscar os melhores caminhos na questão do porte de armas de policiais em ambientes fechados, com aglomerações de pessoas e consumo de bebidas. Acredito que, juntos, conseguiremos encontrar um caminho para evitar situações assim, muito tristes para toda a segurança pública;, reforçou Anderson.

Em março, o MPDFT pediu regras mais rígidas para que fosse comprovada a necessidade de policiais civis entrassem em eventos e para coibir confusões. Um dos pedidos dos promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) era a ;expressa proibição do uso de bebida alcoólica nas casas de diversão pública e congêneres, quando tiverem a entrada franqueada em razão do serviço;.

O órgão ainda não se manifestou sobre o crime de segunda-feira. Por meio da assessoria de Comunicação, informou que aguarda a chegada e a análise do inquérito policial para emitir posicionamento específico sobre o caso.


Riscos


Especialista em segurança pública, a professora Marcelle Figueira afirma que o episódio entre os policiais é um alerta para os riscos da liberação do porte de arma de fogo. ;Se dois profissionais da área de segurança pública, que foram treinados para usar uma arma e passaram pelos exames necessários para ter o porte entraram em atrito, como podemos cogitar a ampliação desse direito para mais pessoas?;, questiona.

Na opinião da professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), além de desrespeitarem as condutas das corporações, os policiais demonstraram não estar perfeitamente preparados para resolver conflitos. ;Isso é um reflexo da sociedade. Enquanto não discutirmos políticas públicas direcionadas à administração de conflitos para encontrar formas menos violentas de resolver problemas, veremos mais situações como essa. Temos de aprender a lidar com o contraditório;, defende Marcelle.

Outro aspecto negativo da confusão entre as polícias, na visão da especialista, é de que a confiança da sociedade nas forças de segurança pode ser abalada. ;Isso dilapida a segurança que a população tem nessas corporações. Quem presencia um momento assim passa a ver a polícia como uma instituição autoritária, fechada ao diálogo. Essa não é a postura que esperamos ver dos agentes de lei;, completa.

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