Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 26/04/2019 14:45
Imagens de quatro câmeras de segurança mostram o desespero de uma mulher de 47 anos, fugindo para não ser morta pelo marido, de 55. O crime bárbaro aconteceu em Sobradinho, por volta das 20h de quinta-feira (25/4). A mulher teve o rosto queimado com ácido sulfúrico e está internada em estado grave no Hospital Regional da Asa Norte, unidade especialista em queimaduras.
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Segundo as investigações, além de jogar ácido na vítima, Júlio César Vila Nova, 55 anos, tenta assassiná-la a tiros. Ele teria disparado o revólver pelo menos quatro vezes. Só não conseguiu porque a arma falhou. Então, ele apontou o revólver para si mesmo, tirando a própria vida.
As imagens a que o Correio teve acesso, mostram que Júlio César chega de carro na residência do casal, no condomínio Nova Colina. Ele entra e sai do automóvel duas vezes entre 20h17 e 20h19. Quase 5 minutos depois de estacionar, decide entrar na casa. As imagens o mostram o homem pegando as chaves e abrindo o portão às 20h21. "Parece que ele passa o tempo no automóvel para tomar coragem de cometer um ato tão bárbaro", avalia o delegado-chefe da 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho), Hudson Maldonado.
Crime premeditado
O fato de o assassino estar com o ácido e o revólver calibre .32 indica, na opinião dos policiais que atuam no caso, que ele premeditou o crime. A vítima aparece nas filmagens somente às 21h06. Ela corre para fora da casa sendo acompanhada por dois cachorros. Diferente de Júlio, ela abre o portão automático. Ele aparece logo atrás, mas o portão se fecha. "Ele tinha intenção de matar, sim. Ele jogou ácido e tentou disparar. O que não causou a morte da vítima foi o fato de as munições da arma falharem. A mulher aproveitou este último momento para fugir em busca de ajuda, em um bar. Ali, foi socorrida por populares, que acionaram o Corpo de Bombeiros", explica Hudson Maldonado.
O delegado destaca que ainda não foi possível confirmar no Hran se a vítima corre ou não risco de morte. Mas há risco de ela perder a visão de um dos olhos atingido.
Para solucionar e finalizar o caso - uma vez que o autor morreu -, os investigadores contam com a versão da vítima. "Ela é a prova cabal de todo o crime. Não utilizamos depoimento de testemunhas, como vizinhos ou familiares dos envolvidos. Só a mulher pode nos dizer o que motivou Júlio a fazer algo tão brutal, uma vez que eles não tinham histórico de violência ou de discussões frequentes", informa Maldonado.
Júlio tem uma passagem pela polícia, pelo crime de furto. Entretanto, a ocorrência é de 2011. Não há boletins da vítima contra o acusado pela Lei Maria da Penha na Polícia Civil.