Cidades

'Essa situação precisa mudar', diz familiar de professor morto por aluno

Júlio César Barroso de Sousa, 41 anos, foi atingido por dois disparos dentro do Colégio Municipal do Céu Azul, em Valparaíso. O suspeito está foragido

Walder Galvão, Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 30/04/2019 21:29
Estudante é suspeito de assassinar o professor do Colégio Estadual Céu AzulEmocionados, familiares do professor e coordenador Júlio César Barroso de Sousa, 41 anos, compareceram ao Colégio Estadual Céu Azul, em Valparaíso (GO). A morte do educador, assassinado a tiros dentro da unidade de ensino por um aluno de 17 anos, na tarde desta terça-feira (30/4), causou revolta aos parentes. ;A gente só quer justiça, já que não vamos tê-lo de volta;, lamentou a cunhada, Francilene Alves Oliveira, 39.

Júlio morava em Santa Maria com a mulher e dois filhos, de 6 e 4 anos. Abalada, a viúva também compareceu à unidade de ensino, mas não conseguiu conversar com a imprensa. A irmã dela, Francilene, reclamou da falta de segurança nas escolas. ;Essa situação precisa mudar;, reclamou.

Até a mais recente atualização desta reportagem, o suspeito do crime permanecia foragido. Equipes das policiais Militar e Civil estão à procura do adolescente. Diferentemente do que foi informado anteriormente, de que o jovem teria ameaçado uma professora de morte, na verdade, Júlio César é quem recebeu a ameaça, ao afirmar que o acusado seria transferido de unidade.
"Você pode até me mudar de escola, mas isso não vai ficar assim", teria dito o aluno na manhã desta terça-feira (30/4), conforme apuração do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Delegacia de Valparaíso. À tarde, o estudante voltou à unidade armado com um revólver e realizou ao menos quatro disparos. Dois atingiram Júlio César.

Investigação e perícia

A perícia chegou à escola por volta das 19h. Eles constataram dois disparos evidentes no corpo de Júlio César, um nas costas e outro na cabeça. O corpo foi retirado da escola por volta das 19h30 e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Formosa, que ficará responsável por produzir o laudo cadavérico. Os profissionais confirmarão quantos disparos atingiram o coordenador. O resultado será encaminhado ao GIH.

De acordo com o delegado Rafael Abrão, do Grupo de Investigação de Homicídios, o adolescente frequentava o turno matutino e teve problemas disciplinares com uma professora na manhã desta terça-feira (30). "Eles brigaram e, em certo momento, o jovem a agrediu verbalmente, xingando-a. O coordenador viu tudo e interveio, para proteger a educadora. Como o suspeito não se conteve, o docente disse que ia transferi-lo de escola, momento em que ele também o ameaçou o coordenador", detalha.
O jovem voltou por volta das 15h à instituição de ensino, vestindo o uniforme. Ele passou pelo portão e caminhou até a sala dos professores. Conforme apuração do GIH, houve uma breve discussão antes que o suspeito puxasse a arma e a apontasse à vítima.

"O primeiro disparo pegou na linha da cintura, nas costas. Em seguida, o aluno se aproximou do docente já caído e efetuou outro disparo, a curta distância, na cabeça dele", disse. Depois de cometer o assassinato, o garoto fugiu e não foi encontrado. "Agora, nossos esforços visam encontrá-lo", salienta o delegado Rafael Abrão.

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