Cidades

Após morte em escola de Valparaíso, professores se reúnem em protesto

Cerca de 100 pessoas seguem pela Avenida dos Alagados até o Centro de Ensino Fundamental 209 de Santa Maria

Walder Galvão
postado em 05/05/2019 09:40
[FOTO1378612]
Assassinado a tiros por um estudante dentro do Colégio Estadual do Céu Azul, o professor e coordenador Júlio César Barroso de Sousa, 41 anos, deixou uma mensagem de luta para os educadores. Neste domingo (5/5), professores de diversas regiões administrativas e de cidades do Entorno se reúnem em frente ao Shopping de Santa Maria para pedir justiça e melhorias para a categoria.

Às 9h20, cerca de 100 pessoas estavam no local do protesto. Eles iniciaram caminhada e ocuparam uma faixa da Avenida dos Alagados às 9h30. Eles seguiram até o Centro de Ensino Fundamental 209 de Santa Maria.

O diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Hamilton Caiana, ressaltou que a morte de Júlio causou comoção entre os educadores e levantou o debate sobre violência nas escolas. ;Esse ato é para simbolizar paz e a vulnerabilidades das nossas unidades de ensino;, ressaltou.
Protesto
As deputadas federal e distrital, respectivamente, Erika Cokay (PT), Jaqueline Silva (PTB), compareceram ao ato. Acompanhando um carro de som e munidos com faixas pedindo mais amor e menos ódio, os manifestantes seguiram até à unidade de ensino. Durante o trajeto, cantaram músicas religiosas e lembraram da memória de Júlio.
Protesto
A esposa dele, Daiani Alves, 31, também compareceu ao protesto. Emocionada, ela ressaltou que a ficha dela ainda não caiu e também pediu melhorias trabalhistas para os professores. "A situação não pode continuar assim. Hoje, foi meu marido, amanhã, pode ser qualquer um", lamentou.

O caso


Uma discussão na sala entre o adolescente e uma professora teria motivado o crime. Em 30 de abril, durante a manhã, o suspeito teria ameaçado a educadora e Júlio, coordenador da unidade de ensino, interveio, explicando que iria transferir o aluno da instituição. Irritado, o jovem o ameaçou. Por volta das 15h, o acusado voltou à escola e, armado, realizou os tiros contra a vítima.

Júlio foi velado em 2 de maio na Capela Divino Espírito Santo, em Santa Maria e sepultado no mesmo dia, no Cemitério de Brazlândia. Cerca de 200, entre amigos, familiares e colegas de trabalho, se reuniram para se despedir do professor. A cerimônia foi marcada por dor e revolta por parte dos presentes.

Júlio era casado há 15 anos e deixou a esposa e dois filhos, de 3 e 6 anos. Morador de Santa Maria, ele é descrito como uma pessoa boa, que sempre tentava ajudar os outros. Em entrevista ao Correio, a esposa dele, Daiane Alves, 31, ressaltou que o marido era um pai e professor exemplar. ;Ele achava que podia mudar as pessoas;, comentou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação