Cidades

Máfias das Próteses: Polícia Civil prende médico foragido em Santa Catarina

A 5ª fase da Operação Mr. Hyde resultou na prisão de outras cinco pessoas acusadas de participar do esquema criminoso

Walder Galvão
postado em 07/05/2019 18:02
Os policiais apreenderam cerca de R$ 70 mil em espécie, arma, remédios e quatro veículos
Agentes da Polícia Civil prenderam médico foragido na 5; fase da Operação Mr. Hyde. A ação busca desarticular organizações criminosas integradas por médicos, hospitais e empresas fornecedoras de materiais para procedimentos cirúrgicos, em especial órteses e próteses. Deflagrada na sexta-feira (3/5), essa etapa resultou na prisão temporária de cinco pessoas. O último suspeito, preso nessa segunda-feira (6/5), estava em Santa Catarina.

À frente das investigações, a Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor) obteve informações de que o médico condenado pela Justiça do Distrito Federal estaria em Lajes (SC). O suspeito, que tem 59 anos, deixou a capital em dezembro de 2018.

Ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de atentado violento ao pudor, cometido em 2009 contra duas crianças, à época, com 9 e 10 anos, respectivamente.

Após a prisão, o acusado foi encaminhado ao DF, por meio da Divisão de Operações Aéreas da Polícia Civil (DOA). Em seguida, ele foi levado à carceragem do Departamento de Polícia Especializado (DPE).

5; fase

Nessa etapa, os acusados são três médicos e outras pessoas conhecidas como ;testas de ferro;, que emprestavam os nomes e empresas para facilitar as fraudes. Segundo a Polícia Civil, eles faziam superfaturamento de material cirúrgico. Em um dos casos, um parafuso que seria usado em uma operação, teve o preço alterado de R$ 150 para R$ 2 mil.

Além dos mandados de prisão temporária, os investigadores cumpriram mais 15 de busca e apreensão contra dois médicos. Os mandados foram cumpridos no DF e na cidade de São Paulo. Durante as buscas, os policiais apreenderam cerca de R$ 70 mil em espécie, arma, remédios e quatro veículos.

Máfia das Próteses

O esquema criminoso virou alvo dos investigadores em 2015. À época, os policiais identificaram movimentação suspeita de cerca de R$ 12 bilhões, que consistia colocação de órteses e próteses em pacientes sem necessidade. Muitas estavam vencidas e superfaturadas. O esquema beneficiou dezenas de pessoas e desviou dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) e encareceu planos de saúde.

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