Cidades

Mãe e filho que se reencontraram após 38 anos chegam a Brasília

Sueli Silva apresentará a cidade e a família ao filho mais velho, Ricardo Araújo. Os dois se conheceram pessoalmente na terça-feira (30/4), em João Pessoa

Alan Rios
postado em 07/05/2019 20:23
Sueli e Ricardo chegaram ao Aeroporto de Brasília às 20h A história de Sueli Silva, 54 anos, e Ricardo Araújo, 38 ; mãe e filho separados na porta do Hospital Regional do Gama (HRG), em 1981 ; ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (7/5). Os dois chegaram ao Aeroporto Internacional de Brasília às 20h e passarão o primeiro Dia das Mães juntos, na capital federal. Na última terça-feira (30/4), Sueli fez uma viagem surpresa até João Pessoa, onde Ricardo mora, para finalmente conhecê-lo.

A chegada foi aguardada por muitos curiosos, que se aglomeraram no portão de desembarque para presenciar o momento de emoção. A pedagoga e o corretor de imóveis desceram do avião abraçados e assim ficaram por quase todo o tempo.

"Viemos colados, conversando muito e brincando um com o outro. Agora, não tenho data para voltar. Vou curtir minha mãe e ela vai me curtir", disse Ricardo. Sueli também não tirou o sorriso do rosto. "Estou muito emocionada. O tempo parece estar pequeno para tanto assunto. Agora, vamos planejar um Dia das Mães especial", disse a goiana.

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O desembarque ainda contou com um encontro inédito: Julia Christina Gomes, 23, segunda filha de Sueli, finalmente conheceu o irmão. "Demos um abraço super apertado. E parece até que nos conhecíamos há muitos anos. Agora, ganhei um irmão mais velho para me dar juízo", brincou a estudante de educação física.

Quem não esperou Ricardo chegar em casa para conhecê-lo foi Suelma Gomes, 51, irmã de Sueli. A tia chorou quando viu o sobrinho e comentou que tem um filho com o mesmo nome. "Nós nunca imaginávamos que esse dia aconteceria, que encontraríamos o Ricardo. Hoje é um dia incrível", comemorou a cozinheira. "Vou perguntar o que ele gosta de comer e preparar um almoço ótimo para a família toda", acrescentou.

Relembre o caso


Órfã de mãe e abandonada pelo pai, Sueli passou a infância e boa parte da juventude em um abrigo na Colônia Agrícola de Corumbá, em Goiás. Lá, foi abusada sexualmente e teve uma relação conflituosa com a dona da instituição, a ;tia Marta;. A proprietária morreu e é apontada pela Polícia Civil como a provável mandante do sequestro de Ricardo, em 1981.

Após engravidar aos 16 anos, Sueli viveu um drama que a marcou por toda a vida. Na maternidade do Hospital Regional do Gama (HRG), funcionários do abrigo pediram para segurar Ricardo ; à época, recém-nascido ; e sumiram com a criança. Traumatizada, a mãe só conseguiu relatar tudo à polícia em 2013.

As investigações terminaram em 25 abril, quando agentes da 14; Delegacia de Polícia (Gama) encontraram Ricardo em João Pessoa. Um teste de DNA confirmou o parentesco entre ele e Sueli, que viajou até a cidade para ver o filho pela primeira vez em quase quatro décadas.

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