Dois homens suspeitos de participarem do assalto a ônibus que culminou na morte do terceiro sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Hernandes José Rosa, 42 anos, estão presos preventivamente. O crime aconteceu na madrugada de 15 de maio de 2018, na BR-040, no km 61, altura do povoado São Bartolomeu. Dois dos criminosos foram mortos durante a troca de tiros com a polícia. A Delegacia de Luziânia ficou responsável pela investigação dos homens.
Conforme informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO), a sessão de investigação chegou até os acusados por meio de provas coletadas no local do crime e depoimento de testemunhas. O primeiro a ser identificado foi Robson Ribeiro da Costa, 24. "Ele não participou diretamente do crime, mas forneceu materiais aos envolvidos para os roubos, como luvas e toucas ninja. Após interrogá-lo, conseguimos outros elementos sobre o crime, como a identificação de outro envolvido no crime, que conseguiu fugir", explica o delegado Danillo Martins.
Nesta segunda fase de apuração, os agentes chegaram até Carlos Henrique Gonçalves, 37, que, após participar do crime, fugiu para Minas Gerais. Lá, o homem arquitetou trazer armas do Sudeste para cidades do Entorno do Distrito Federal. Mas, na trajetória, no município mineiro de Unaí, antes que pudesse cruzar para Goiás, acabou preso em flagrante. O criminoso foi condenado pelo delito.
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Com essas informações, policiais de Luziânia representaram pela prisão preventiva dos dois envolvidos. Agentes cumpriram as ações na terça-feira (7/5). No caso de Carlos Henrique, ele também foi recapturado, uma vez que havia fugido da cadeia Municipal de Cristalina em 20 de março, em companhia dos dois outros participantes do crime, os irmãos Agnaldo e Ronaldo Pereira da Rocha, de 28 e 24 anos, respectivamente.
Robson da Costa tem passagem por roubo. Agora, responderá por dois roubos a coletivo ; o do latrocínio e o anterior ;, e associação criminosa armada. Caso seja condenado, pode pegar até 19 anos. Além das prisões anteriores em MG e no DF, Carlos Henrique será indiciado por latrocínio, associação criminosa armada e dois roubos a ônibus. Somadas, as penas chegam a até 49 anos.
As investigações na Delegacia de Luziânia prosseguem para identificar se o grupo agiu em outros assaltos a coletivos na região e a possível participação de um quarto envolvido na morte do PM. "No período em que o trio fugiu da prisão, houve uma elevação destes crimes na área e, por isso, suspeitamos da atuação deles. Ainda, apuramos o envolvimento de um quarto homem no assalto que culminou na morte do sargento", afirma Danillo Martins.
Morto a tiros
Por volta das 4h30 da madrugada, quatro criminosos armados e encapuzados renderam um motorista de ônibus na BR-040, quando ele passava por um quebra-molas. O coletivo chegava de São Paulo para Brasília, com 22 passageiros. O grupo já tinha roubado um ônibus que estava à frente, que saiu de Patos de Minas para a capital federal.
À época do crime, uma testemunha contou que os homens tinham descido de um ônibus que estava a frente do visado pelos bandidos. O relato indicou ainda que os criminosos já chegaram atirando e, depois, só obrigaram o condutor a abrir as portas.
Quando subiram no coletivo, os assaltantes exigiram que os passageiros fechassem todas as cortinas e o motorista ligasse a luz interna. Neste momento, notaram a presença do policial. Segundo testemunha, um dos homens informou: "Tem um policial fardado aqui dentro". A resposta veio de outro comparsa: "Atira para matar".
O sargento da PM e um agente penitenciário, que seguiam no veículo, reagiram à abordagem, quando houve a troca de tiros. Dois suspeitos morreram na hora. Hernandes acabou baleado no peito por um tiro de arma calibre 12, não resistiu ao ferimento e morreu no mesmo dia. O militar foi velado e enterrado em Catalão (GO). Outras duas pessoas ficaram feridas.