Cidades

Mulher morre com suspeita de H1N1

Caso seja confirmado a morte da jovem pelo vírus, esse será o segundo registro de óbito deste ano

Darcianne Diogo*
postado em 14/05/2019 18:20
mulher com blusa amarela tomando vacina
O Distrito Federal pode ter registrado a segunda morte do ano por H1N1. Uma jovem de 29 anos, moradora de Águas Claras é suspeita de ter contraído o vírus. Ela morreu neste sábado (11/5) no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e deixou uma filha de 4 anos. O enterro ocorreu na manhã desta terça-feira (14/5), no Cemitério de Taguatinga.

Segundo o esposo da vítima, José Hernandes, 38, Auriolanda Aline Santos Moreira viajou em 24 de abril para Santa Catarina e retornou em 1; de maio. ;Quando ela chegou estava bem e saudável;, explicou. De acordo com ele, os sintomas da doença vieram aparecer em 5 de maio. ;Ela começou a se queixar de dor na garganta e no corpo.;

O quadro da jovem piorou e ela começou a sentir dores no ouvido, dificuldade para respirar e febre. A família a encaminhou primeiramente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, em 10 de maio, mas ao chegar lá, o enfermeiro classificou o estado da moça como gravíssimo e recomendou que a mesma fosse transferida para o HRAN. ;Quando ela chegou no hospital, os médicos não tinham condição de atendê-la. De tanta dor ela desmaiou na porta e aí colocaram para dentro;, relatou o esposo.

A paciente passou por uma necrópsia, mas a família não obteve respostas sobre o diagnóstico. ;Ficamos mais de 3 horas no hospital e nenhum médico falava nada. Foi um extremo descaso com a família e com a vida dela. Chegava a ser constrangedor o grau da dor que minha esposa estava sentindo. Foi uma negligência total;, desabafou Hernandes.

No mesmo dia, por volta das 23h, Auriolanda foi encaminhada para a unidade de terapia intensiva (UTI), mas veio a falecer na manhã do dia seguinte. ;É muito difícil para mim. Em uma semana você está com a pessoa boa e saudável e em questão de dias você a perde. É uma tristeza profunda;, lamentou o esposo.

A família aguarda a confirmação da causa da morte. O laudo de óbito apontou várias possibilidades, dentre elas, H1N1, hantavirose, leptospirose e crise hemorrágica. A Secretaria de Saúde informou que ainda não foi notificado do caso. O próximo boletim epidemioógico do órgão será lançado nesta quarta-feira (15/5).

Memória

Caso seja confirmado a morte de Auriolanda por H1N1, essa será o segundo registro de óbito pelo vírus deste ano. Em 30 de abril, uma mulher de 83 anos morreu por H1N1, no Hospital Holme, na 613 Sul.

Segundo familiares, a idosa apresentou os sintomas da doença seis dias após voltar de uma viagem ao Rio de Janeiro. Em 28 de abril, a paciente precisou de atendimento e foi internada na unidade de terapia intensiva (UTI), onde passou por uma série de avaliações. Um dos exames identificou o vírus H1N1. Ela passou 26 horas na UTI, mas não resistiu. No atestado de óbito, consta como causa da morte síndrome respiratória aguda, sepse pulmonar e leucemia.

Em 13 dias, o número de pessoas que contraíram o vírus H1N1 na capital federal subiu de seis para 11, tendo uma morte. Em 2018, a Secretaria de Saúde contabilizou 30 casos e um óbito. Outro ponto que chama a atenção no mais recente boletim epidemiológico é a quantidade de contaminados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) ; infecções das vias respiratórias e pulmões. O informativo revela um aumento de 121 casos em 13 dias. Desses, três pacientes não resistiram.
*Estagiária sob supervisão de



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