As buscas pela arara-canindé Tereza, desaparecida desde 5 de maio, continuam e a esperança de encontrá-la reacende a cada notícia compartilhada. Desde que o Correio contou sobre o sumiço da ave, Márcio Imperial, dono da Chapada Imperial, onde o animal vive, diz que tem recebido diversas ligações de pessoas relatando ter visto a ave. "Já ligaram de Formosa, Luziânia, Planaltina, Ceilândia, entre outros lugares. Mas não sei se, de fato, é a nossa arara", afirmou.
Desde quinta-feira (16/5), a mobilização aumentou com a publicação de vídeo em que um animal aparentando ser da mesma espécie pousa em ciclistas. Nas postagens, internautas chegaram a levantar a hipótese de que as imagens haviam sido feitas no Lago Oeste, o que reforçou a possibilidade de se tratar de Tereza.
O mesmo vídeo, no entanto, foi postado dois meses atrás em outra rede social, indicando que o local da filmagem seria no Mato Grosso. Enquanto pedalavam, uma arara pousou no ombro de um dos integrantes da equipe. A atitude da ave chamou a atenção dos atletas, que filmaram toda a cena. O vídeo mostra a ave sobrevoando o grupo e depois pousando em outro ciclista, que seguia um pouco mais à frente.
Pela data da postagem, não é possível, portanto, que seja a arara desaparecida na Chapada Imperial. Mas as buscas pela mascote continuam.
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Carinho
Tereza é conhecida e querida por quem frequenta a Chapada Imperial. Márcio destaca que, por ser interativa, a ave ajudava crianças com dificuldade de comunicação e pessoas com depressão. ;Ela é um caso clássico. Um dos maiores xodós. Tem gente que vinha aqui só para visitá-la. Ela deixava as pessoas fazerem carinho nela. Não existe equoterapia com os cavalos? Aqui tem araraterapia;, brinca o proprietário da Chapada Imperial.
Desde o sumiço de Tereza, Márcio tem recebido ligações de pessoas que, possivelmente, tenham visto a ave. Moradores de Formosa, Luziânia, Planaltina e Ceilândia entraram em contato com o homem. A busca conta com a ajuda do Batalhão Ambiental da Polícia Militar. O Major Souza Júnior contou que a equipe foi acionada para buscar uma arara-canindé no Ceasa-DF.
;Buscamos a ave e levamos até a Chapada. Lá, eles fariam o reconhecimento do animal, no entanto, não era Tereza. Nesse caso, encaminhamos a arara para o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres);, explicou o militar. A ave da Chapada Imperial é chipada. Assim, ela consegue ser reconhecida por meio de um leitor de chip. ;É como se fosse a identidade do animal;, ressaltou.
O major disse ainda que o batalhão tem feito buscas periódicas no DF para encontrar Tereza. ;Contamos muito com a denúncia da sociedade. Quem tiver informações pode entrar em contato pelo nosso telefone.;
Bicho Livre
Segundo Márcio, Tereza está na Chapada Imperial há cerca de 3 a 4 anos. Ela chegou na reserva ambiental por meio do projeto Bicho Livre, uma iniciativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de reintrodução de animais silvestres na natureza.
;A gente recebe o animal aqui, cuida e faz um processo de reeducação alimentar. No caso das aves, elas passam por fisioterapia. Como, quase todas que chegam aqui vêm de cativeiros, perdem as forças para voar. A gente monta um rede a cinco metros do chão. Como ela balança muito, a ave precisa bater as asas para se equilibrar e as forças voltam naturalmente;, explicou Márcio Imperial.
Ele contou ainda que alguns dos animais saem da reserva, passam um tempo fora e depois voltam. ;No caso de Tereza, é diferente. Ela nunca saiu daqui. Em todos esses anos, sempre ficou perto de nós. O que acreditamos é que ela tenha sido levada. Com a divulgação de que ela é uma ave chipada, pode ser que a pessoa a tenha libertado. Contamos com a ajuda de todos;, diz.
Para informações sobre a localização da arara Tereza, entrar em contato pelo telefone (61) 99965-2461 (falar com Márcio) ou pelo (61) 99351-5736 (Batalhão Ambiental).