Cidades

Condenado a mais de 20 anos de prisão

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/05/2019 04:08
Familiares da vítima acompanharam o julgamento do acusado


Um ano e quatro meses depois de assassinar a mulher, Alessandro Ferreira Floriano, 48 anos, foi a julgamento pelo Tribunal do Júri de Santa Maria. Isa Mara Dantas Longuinho Floriano, 51, foi morta e teve o corpo incendiado. Ela e o agressor eram casados há 18 anos. Na madrugada de ontem, ele foi condenado por homicídio qualificado, destruição de cadáver e fraude processual a 22 anos e quatro meses de prisão em regime fechado e dois anos em regime semiaberto. Também deverá pagar 55 dias-multa e responderá ao processo preso. Ainda cabe recurso.

Parentes e amigos acompanharam a audiência. Do lado de fora do fórum, exibiam faixas com as frases ;Somos todos Isa Mara. Queremos justiça;. Para a irmã da vítima, Isa Márcia Longuinho, 41, é o momento de Alessandro responder pelo assassinaro. ;Foi um crime hediondo. Ele era um homem frio e materialista. Agora, a gente espera que ele pague pelo que fez;, declarou.

O crime aconteceu em 19 de janeiro de 2018, uma sexta-feira. Segundo depoimento do próprio acusado à época, ele jogava videogame por volta do meio-dia quando foi confrontado pela mulher a respeito da compra do aparelho: ele teria usado o cartão de crédito dela sem consultá-la. Os dois iniciaram uma discussão e, supostamente, Isa Nara tentou enforcá-lo com um cabo de computador.

Depois disso, ele a empurrou escada abaixo, ao que ela teria caído já sem vida. Ele então ligou para o pastor da igreja que o casal frequentava queixando-se de dores e pedindo que fosse levado ao posto de saúde de Valparaíso (GO). O religioso disse ao júri que, quando chegou à casa, Alessandro já estava no portão usando muletas. Os dois foram até o centro médico e, ao sair, o paciente teria dito que a mulher estava na casa dos pais dela, no Novo Gama. De volta à residência, novamente o religioso não foi convidado a entrar.

Segundo a família, a ideia era usar o pastor como álibi. Por volta das 18h, Alessandro entrou em contato com um amigo para pedir o carro dele emprestado e buscou o veículo no Riacho Fundo. Em seguida, colocou o corpo da vítima no porta-malas, enrolado em um cobertor, e dirigiu até as proximidades do município de Alexânia, cidade goiana a cerca de 80km de Brasília. Na beira da estrada, deixou o corpo, derramou gasolina e botou fogo.

Ocorrência

Na mesma noite, uma filha de Isa Mara, de um relacionamento prévio, ligou para o pastor procurando pela mãe. Sem notícias, ela foi, no dia seguinte, à 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria) registrar ocorrência, e os agentes de plantão levaram Alessandro para prestar depoimento. Aos policiais, ele teria dito que a mulher tinha saído na noite anterior para uma consulta e, desde então, não havia voltado. Ele então decidiu pintar a casa como uma surpresa. A versão, no entanto, não convenceu.

Na residência, equipes de perícia encontraram vestígios de sangue nas paredes e escada. Confrontado com as evidências, Alessandro confessou o crime e informou o local onde havia queimado o corpo. Isa Mara foi uma das 29 vítimas de feminicídio de 2018. Em 2019, 14 casos foram registrados.

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