postado em 27/05/2019 21:16
Depois de deflagrada a Operação Episkiros, que cumpriu sete mandados de prisão temporária, entre eles o do ex-jogador de futebol Roniéliton Pereira Santos, agentes da Polícia Civil do DF agora analisam os materiais apreendidos. A Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes, contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor) é a responsável por investigar grupo criminoso especializado em fraudar o erário na realização de partidas de futebol.
Na noite deste domingo (26/5), os suspeitos foram liberados. Segundo o responsável pela operação, o delegado Leonardo de Castro, a partir da análise dos materiais apreendidos, caso seja comprovada a materialidade das provas, será solicitada nova prisão. ;Apreendemos celulares, computadores do estádio e da empresa, notebook pessoal e banco de dados que estão na nuvem da instituição. Examinaremos um por um. Será um trabalho árduo, até porque são dados desde 2015;, explicou.
O delegado acredita ainda que o número de pessoas envolvidas no esquema possa aumentar. ;A equipe levava os jogos para outros estados, então, é provável que haja uma grande quantidade de pessoas ligadas a esse grupo;, acrescentou.
Conhecido como Roni, o ex-jogador detido atuou no Fluminense, no Flamengo, na Seleção Brasileira. Também foi preso o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, além dos empresários donos das organizações responsáveis pelo jogo e funcionários e moradores da capital e de Aparecida de Goiânia (GO), apontados como responsáveis pela organização dos eventos.
A operação se desdobrou na tarde de sábado (25/5), durante uma partida de futebol entre Botafogo e Palmeiras, no estádio Mané Garrincha. Na ocasião, agentes da Polícia Civil detiveram seis suspeitos. O sétimo foi preso em Samambaia. Além das prisões temporárias, a polícia cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em Brasília, Goiânia e Luziânia (GO), onde ficam as residências dos envolvidos e as sedes das duas empresas envolvidas ; a produtora Roni7 e a Meu Bilhete.
O esquema de fraude permitia que os envolvidos controlassem toda a cadeia de comercialização de ingressos, segundo a Polícia Civil. Os suspeitos elaboravam boletins financeiros (borderôs) com dados falsos e informações de que a arrecadação para a partida havia sido menor, para arcar com menos impostos. Os contratos com as administradoras dos estádios eram firmados de duas formas: os repasses de tributos e o valor do aluguel dependiam ou da quantidade de público pagante, ou da porcentagem de público na arquibancada.
Em nota, a FFDF alegou que, tanto a entidade, quanto o presidente Daniel Vasconcelos, não têm qualquer envolvimento com a operação Episkiros. "Nem mesmo o Ministério Público concordou com a prisão temporária do presidente. E que os fatos investigados pela Polícia Civil serão, ao tempo certo, devidamente esclarecidos, e se provará ao final não haver envolvimento do Daniel com os crimes supostamente atribuídos aos envolvidos", afrimou no texto.
O advogado da produtora Roni7 informou que não vai se pronunciar. O Correio tentou contato com a defesa dos suspeitos e com a Meu Bilhete, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.