Cidades

Escoltados, pais dão adeus à filha

postado em 02/06/2019 04:27
Preso desde fevereiro, o casal velou a menina espancada e morta pelos tios
Presos desde fevereiro, os pais da menina de 7 anos espancada e morta pelos tios em Planaltina (GO) tiveram a chance de se despedir da filha. Escoltado, o casal teve menos de 15 minutos para ver o corpo da menina, antes que os agentes penitenciários o retirassem da capela e o levassem de volta ao presídio. Durante a cerimônia de despedida, o sentimento de revolta tomou conta dos presentes, que não conseguiam se conformar com a situação.

Investigadores de Sobradinho prenderam os pais da garota por tráfico de drogas no começo do ano. Desde então, a vítima e os irmãos, de 1,3 e 9 anos, moravam com a tia, de 17, e o namorado dela, de 19, em Planaltina (GO). Na última quarta-feira, as crianças pediram comida ao casal, que decidiu espancá-las. A menina de 7 anos não resistiu às agressões e morreu em decorrência de um traumatismo cranioencefálico. Duas das vítimas receberam atendimento médico em Planaltina e foram encaminhadas a abrigos. A outra, de 3 anos, continua internada com duas fraturas no braço.

Por questões de segurança, agentes da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), da Subsecretaria do Sistema Penitenciário Do Distrito Federal (Sesipe), pediram para que todos presentes no velório deixassem a capela para que os pais velassem a filha. Equipes de reportagem também não foram permitidas no local. Em seguida, os quatro veículos da corporação deixaram o cemitério e os presentes voltaram para prestar as últimas homenagens à garota.

O sepultamento da menina aconteceu às 15h, porém, ao longo da manhã, muitas pessoas foram ao cemitério. ;Esse caso tocou muito a gente. Não cheguei a conhecê-la, mas estamos tristes com essa tragédia, que conseguiu abalar a todos na cidade;, lamentou uma senhora de 53 anos, que não quis se identificar. Às 13h, mais de 50 pessoas haviam passado pela capela.

;Ela merece tudo de ruim. Não temos como perdoar. Quero vê-la sofrer;, disse uma familiar da criança, referindo-se à tia acusada do crime. Bastante abalados, amigos e parentes da vítima não quiseram conversar com o Correio. ;Estamos lidando com um momento de dor, com a morte de uma criança. Ninguém está bem para falar;, frisou uma amiga dos parentes.



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