Sarah Peres
postado em 03/06/2019 19:15
Um homem foi parar na delegacia ao oferecer suborno de R$ 400 a um soldado. O objetivo do suspeito era que o policial militar liberasse o funcionário dele, autuado por embriaguez ao volante, além da moto pilotada pelo acusado, uma Honda CBR 600F. O caso aconteceu na DF-250, em frente ao Colégio Barão do Rio Branco, no Itapoã. A 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) apurou o fato. Militares realizavam patrulhamento pela área, na madrugada de quinta-feira (30/5), quando avistaram a motocicleta Honda, avaliada em mais de R$ 30 mil. Por ser um veículo de alto valor aquisitivo e atípico para a região, os policiais ficaram desconfiados. O que mais chamou a atenção da guarnição foi o fato de o condutor, ao avistar a viatura, parar a moto e começar a mexer nela, como se o veículo tivesse dado problema.
Quando os militares pararam a viatura, pessoas que estavam em um bar da área informaram que o motorista estava realizando manobras perigosas em frente ao estabelecimento. Os policiais abordaram o homem e pediram a documentação dele e da motocicleta. No entanto, o condutor sequer é habilitado.
Durante a ação, o colega do condutor chegou dirigindo um Renault Fluence. Ele se direcionou até a equipe da polícia, disse que a moto era de outra pessoa e que ela estava apresentando problemas técnicos. O suspeito alegou que o motociclista estava apenas empurrando o veículo para casa. A explicação não convenceu os policiais, que acionaram o militar especialista em trânsito para aplicação das medidas cabíveis.
Neste momento, o patrão do motociclista foi falar com um dos soldados da equipe. Em depoimento, o militar contou que o homem perguntou: ;O que poderia ser feito para deixar que a moto fosse liberada; e, logo em seguida, acrescentou ser amigo do comandante e que havia ;ajudado diversas vezes o quartel;. Como os policiais continuaram a autuação das infrações administrativas, o acusado abriu a carteira, separou R$ 400 em espécie e entregou para o sargento da corporação.
Depois, o homem pediu ao funcionário para ele ir embora, uma vez que ;estaria tudo resolvido;. Imediatamente, o sargento deu voz de prisão ao suspeito e conteve o condutor da motocicleta. Ambos foram presos em flagrante e encaminhados para a 6; DP. Um dos policiais pilotou a moto até a delegacia.
Os detidos não tiveram condições de prestar depoimento sobre o caso por estarem bêbados, segundo a polícia. O condutor da moto chegou a aceitar fazer o teste do bafômetro, que indicou 0,95 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Esse teor alcóolico é considerado crime e, por isso, ele foi preso e teve a fiança estipulada em R$ 1 mil.
O chefe dele foi autuado por corrupção ativa. Ele se negou a fazer o teste do etilômetro, entretanto, passou por exames no Instituto de Medicina Legal (IML), cujos resultados deram positivo para o consumo de álcool. Os R$ 400 foram apreendidos, além da moto e do carro, que acabaram indo para o pátio do Departamento de Trânsito (Detran).