Cidades

Eixo capital

postado em 12/06/2019 04:17

Roteiro de um filme de terror

O assassinato do menino Rhuan Maycon, nove anos, é um dos casos mais chocantes da história de Brasília, uma história que não pode ser esquecida, nem tratada como apenas mais um inquérito policial. O relato do delegado Guilherme Souza Melo e do perito médico-legista Cristopher Diego Martins sobre o passo a passo do crime é o roteiro de um filme de terror. O garoto de nove anos teve uma vida de tortura e maus-tratos constantes. Odiada pela mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, 27, e pela companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago, 28, a criança teve uma morte extremamente cruel e covarde.


A partir de agora, só leia se tiver estômago:

Um ano antes do homicídio, Rhuan teve o pênis e os testículos removidos de forma artesanal, em casa, o que provocou sérias consequências. A uretra se retraiu, formando uma fístula por onde saía a urina, apenas sob pressão. Assim, urinar tornou-se um suplício, um momento de dor. Proibido pela mãe, ele não saía para brincar, ir à escola ou interagir com outros meninos. A morte ocorreu dentro do próprio quarto. A primeira facada, no peito, desferida pela própria mãe, o pegou de surpresa, enquanto dormia. A seguir, foram outros 11 golpes nas costas. Rhuan foi decapitado quando ainda mantinha reações vitais. A mãe e a namorada começaram, então, o processo para ocultar o corpo. Enquanto Rosana esquartejava o menino, Kacyla acendeu a churrasqueira. A mãe tentou arrancar os olhos da criança, mas não conseguiu. Então, ela retirou toda a pele do rosto do menino, da base do pescoço até o crânio. Como os tecidos não amoleciam, elas resolveram retirar as vísceras e esconder em duas mochilas infantis. Os detalhes são pavorosos.



Escândalo

Para a Polícia Civil, as duas mulheres demonstraram ódio da figura masculina e total desprezo à criança. Há uma suspeita de motivação religiosa, fanatismo, visões demoníacas. Testemunhas contaram que elas tinham um grande fervor religioso. Em depoimento, o casal contou que o ódio a Rhuan decorre de o garoto ser fruto de um estupro. Mas essa teoria não se confirma com os fatos apurados. A história do pobre Rhuan é um escândalo.



Liberação de recursos para educação

A Secretaria de Educação liberou ontem R$ 2,381 milhões para o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) para as coordenações regionais de ensino, que receberam apoio por meio de emendas parlamentares. As maiores cifras foram destinadas a Taguatinga (R$ 762 mil), Ceilândia (R$ 652 mil) e Gama (R$ 230 mil).



Grande festa

O governo do DF prepara uma grande festa em comemoração aos 60 anos da inauguração de Brasília. Um comitê para cuidar dos preparativos foi criado ontem, com representantes de várias secretarias.



A pergunta que não quer calar;.

Novas conversas extraídas dos aplicativos de mensagens de telefones de procuradores serão bombásticas ou mais do mesmo?




Mudança de planos

O maior erro político de Sérgio Moro foi trocar a toga pelo cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro, de olho em um trabalho de maior repercussão que a Operação Lava-Jato e a cadeira de ministro do STF. Em menos de seis meses, perdeu o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) no Congresso e não conseguiu avançar na aprovação de sua principal bandeira, o pacote anticrime. Na área de segurança pública, recebeu críticas e virou alvo das redes sociais por pronunciamentos no Congresso. Em alguns casos, até chacota, ao pronunciar conje, em vez de cônjuge. Mas Moro ainda tem muito carisma para queimar e está blindado pelos generais. Pode sair da crise não mais como referência de jurista, mas como político que combateu a corrupção com potencial para disputar a Presidência da República.



Por que se calou?

Até agora, o presidente Jair Bolsonaro não deu uma declaração contundente em defesa do ministro Sérgio Moro.



Silêncio

Quem também não abriu a boca ainda para dar a sua opinião sobre o assunto ; e deve ter muitas ; é Ibaneis Rocha. Ex-presidente da OAB/DF, ex-conselheiro da OAB nacional, advogado e crítico de decisões de Sérgio Moro, o governador do DF está, por ora, discreto.



Siga o dinheiro

R$ 3.510.961,12

Contratação em caráter emergencial, por dispensa de licitação, da empresa Real JG Serviços Gerais Eireli, da família do deputado distrital José Gomes (PSB), para prestação de serviços de limpeza, conservação e asseio, com fornecimento de mão de obra, materiais, equipamentos e insumos necessários, para atender aos órgãos e entidades que compõem o Complexo Administrativo do Distrito Federal.



Só papos



;A Lava-Jato foi um embate entre um juiz e alguns procuradores justiceiros e uma quadrilha de políticos corruptos;

Cineasta José Padilha, diretor de O Mecanismo e Tropa de Elite




;A única coisa que se sabe ao certo, até agora, é que as conversas foram obtidas mediante ação criminosa. E é preciso ter cuidado para que o crime não compense;

Ministro Roberto Barroso, do STF






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