Cidades

Polícia prende grileiros que recebiam informações de servidores públicos

Os criminosos se denominavam donos de propriedades da Agência de Desenvolvimento (Terracap) e faziam a venda dos lotes

Walder Galvão
postado em 12/06/2019 08:41
A operação visa cumprir 11 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão
Policiais civis prenderam associação criminosa especializada em parcelamento irregular do solo. O grupo agia, principalmente, na região da Granja Modelo, no Riacho Fundo I. A suspeita dos investigadores é de que o bando se articulava com informações cedidas por servidores públicos.

A operação batizada de Generous, da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), foi deflagrada no início da manhã desta quarta-feira (12/6). Os investigadores prenderam seis pessoas e cumpriram 14 mandados de busca e apreensão. Cinco suspeitos ainda estão foragidos.
Um dos presos é um servidor público que ocupava um cargo comissionado. De acordo com a Polícia Civil, ele passava informações ao grupo criminoso, que conseguia evitar ações que conteriam a prática. Os agentes ainda constataram que o bando é bastante articulado, funcionavam como uma empresa, com estrutura hierárquica e nítida divisão de tarefas.
Os líderes da associação se apresentavam como proprietários das terras, que são pertencentes à Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Em seguida, produziam documentos falsos para fazer a venda dos lotes. Outros integrantes do grupo faziam a demarcação dos terrenos, construíam as edificações e faziam vendas.

"Identificamos quatro líderes do esquema. Um deles está preso e os outros foragidos. As investigações continuam para identificar o paradeiro dos envolvidos no crime", explicou o delegado à frente do caso, Marcelo Cerqueira.

Esses lotes irregulares estão inseridos em áreas de preservação ambiental, destinadas à diversidade biológica da fauna e flora, além da preservação de recursos hídricos. Os investigados irão responder por associação criminosa, parcelamento irregular do solo,dano ambiental, falsificação de documentos, extorsão e ameaça. Caso condenados, podem ficar presos por até 20 anos.

Lucro

As investigações começaram em janeiro. Desde então, os criminosos venderam cerca de 40 lotes por R$ 45 mil cada. A suspeita dos policaiis é de que o grupo tenha faturado mais de R$ 1,5 milhão com o crime. Os acusados apresentavam documentos falsos para as vítimas, que faziam a compra do lote. No entanto, se alguma questionasse a fraude, era ameaçada.
"Caso o grupo tivesse conseguido consolidar todo loteamento da área, nossa estimativa é de que eles lucrariam aproximadamente R$ 80 milhões", ressaltou o investigador. Os policiais suspeitam que mais de 40 pessoas tenham sido enganadas pelo bando.

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