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Investigado como feminicídio, crime no Cruzeiro deixa dois mortos

O sargento da Aeronáutica Joenil Queiroz é apontado como o autor dos crimes. Além de matar a esposa, o militar atirou duas vezes contra o ex-morador do prédio, Francisco de Assis, que não resistiu

Atingido por dois tiros e socorrido em estado grave, Francisco de Assis, 42 anos, morreu no Hospital de Base, ainda na madrugada desta quinta-feira (13/6). Ele foi a segunda vítima dos disparos feitos pelo sargento da Aeronáutica reformado Juenil Bonfim de Queiroz, que também matou a própria companheira, Francisca Náidde de Oliveira Queiroz, 57 anos. O crime, que é investigado como feminicídio, aconteceu na noite de quarta-feira (12/6), na Quadra 1405 do Cruzeiro Novo.

À Polícia Civil, o suspeito confessou o crime e disse que a motivação seria um relacionamento que ele acreditava que a esposa e Francisco mantinham. Em depoimento, afirmou que eles eram vizinhos e que já havia conversado com a esposa sobre o suposto relacionamento extraconjugal e que decidiram se reconciliar.

No entanto, Francisco era casado com um homem, o único sobrevivente da tragédia. Os dois foram ao prédio para buscar alguns pertences que restavam no apartamento e foram abordados pelo sargento. Na delegacia, Marcelo Soares Brito, 40, companheiro da vítima, disse que Queiroz queria "tratar uma questão" e ordenou que subisse ao apartamento dele. No entanto, Marcelo foi junto. Ele contou aos agentes que Queiroz tentava arrancar uma confissão dos dois, alegando ter vídeos e fotos da relação, que sequer foram apresentadas na delegacia.

Com a negativa das vítimas, Queiroz começou a atirar. Marcelo conseguiu fugir e começou a gritar por socorro. O sargento chegou a perseguir o ex-vizinho, mas foi interceptado por policiais militares e preso em flagrante. O caso foi apurado pela 5; Delegacia de Polícia (Área Central) e o inquérito será encaminhado à Justiça.