Cidades

Vítima é enterrada em cerimônia reservada

Mulher e ex-vizinho foram assassinados porque marido dela, militar da Aeronáutica desconfiava de traição. Assassino confesso segue preso em quartel

postado em 15/06/2019 04:35
Francisca Naíde de Oliveira Queiroz foi atingida por ao menos quatro disparos, segundo a polícia, e morreu na hora

Em cerimônia restrita a familiares e amigos, Francisca Náidde Bonfim de Queiroz, 57 anos, foi velada e sepultada, na manhã de ontem, no Cemitério Campo da Esperança. O velório ocorreu com as portas da capela parcialmente fechadas. Francisca é a 15; vítima de feminicídio no Distrito Federal. O corpo da outra vítima do mesmo crime, o estudante de gastronomia Francisco de Assis, 41 anos, será velado e sepultado na manhã de hoje, em Teresina (PI), sua terra natal.

Ambos foram assassinados na noite de quarta-feira, na Quadra 1405 do Cruzeiro Novo. Assassino confesso, o marido de Francisca, o sargento da Aeronáutica reformado Juenil Bonfim de Queiroz, 56, atirou nela e no ex-vizinho, Francisco de Assis, 42. O sargento teria cometido o crime por ciúmes, pois acreditava que Francisca teria um caso com Francisco.

O crime foi filmado pelo marido de Francisco, o gerente de vendas Marcelo Soares Brito, 40. Ele conseguiu escapar, ao correr do apartamento, gritar por socorro e se esconder de Juenil. O assassino foi detido em flagrante enquanto procurava o sobrevivente, sob o prédio. Ele estava com a pistola calibre .380. Tinha porte por integrar as Forças Armadas. Na quinta-feira, o sargento passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva.

Francisco e Marcelo eram casados havia cinco anos. Eles moraram no prédio onde aconteceu a tragédia, mas se mudaram há 10 meses. Na noite de quarta-feira, estiveram no imóvel, hoje ocupado pela prima de um deles, para buscar um computador. Quando se despediam no pilotis, Juenil chegou com Francisca e, logo depois, desceu com uma arma exigindo que Francisco subisse.



Homenagem

Antes do traslado do corpo para Teresina, amigos e conhecidos de Francisco o velaram em um apartamento do Cruzeiro Novo. ;Ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Os meninos nunca fizeram nada para ninguém e tiveram de viver algo tão terrível. O Marcelo teve que ver aquele louco (Juenil) atirar à queima-roupa no Francisco e na Francisca. Sabemos que ele está preso, mas isso não é o suficiente. O que mais queremos é vê-lo pagar por ter tirado a vida de duas pessoas inocentes, que não fizeram mal a ninguém;, lamentou Raina Rocha, cunhada de Francisco.

Raina estava com o estudante e o irmão, Marcelo, no pilotis do prédio onde aconteceu a tragédia. Ela viu o momento em que o sargento e síndico do edifício, Juenil Queiroz, chegou armado e ameaçou os homens.

A intenção do atirador era levar os homens ao apartamento dele, no terceiro andar, onde Francisca estava. Na sala de estar, Juenil questionou as vítimas e apresentou como prova uma ligação incompleta de Francisco para o telefone celular dele. O síndico deu cinco disparos para tirar a vida da companheira e do ex-morador do edifício.


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