Cidades

Dono de Mercedes que arrastou vendedora alega brincadeira

Empresário que acelerou carro para levar os balões, sem pagar à vendedora, no último sábado, disse à polícia %u201Cque não percebeu que estava arrastando%u201D a mulher. A princípio, ele será indiciado por lesão corporal

postado em 19/06/2019 04:18
Sem dinheiro e sem poder trabalhar, Marina de Morais se recupera do susto e dos machucados
Ele disse que resolveu fazer uma brincadeira e pediu para a amiga puxar os três balões e depois soltá-los. A amiga atendeu, mas ele não percebeu que estava arrastando a senhora;

Paulo Henrique de Almeida, delegado



Uma brincadeira. Essa é a alegação do motorista que arrancou com a Mercedes-Benz e arrastou uma mulher de 63 anos no asfalto por cerca de 100 metros, em frente a uma escola de Taguatinga, na noite de sábado. Após três dias, o homem, que não prestou socorro e fugiu, apareceu em uma delegacia, acompanhado de advogado, para prestar depoimento. E deixou a unidade policial livre, após duas horas de interrogatório. Por enquanto, o caso é tratado como lesão corporal.

Dono de uma empresa de factoring, Willian Weslei Lelis Vieira, 34 anos, e a mulher que estava no banco do passageiro da Mercedes (a polícia informou apenas que ela tem 28 anos) se apresentaram, ontem de manhã, na 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga), onde o caso é apurado. De acordo com o delegado Paulo Henrique de Almeida, ambos afirmaram que iam para uma confraternização de família e queriam comprar os balões para os sobrinhos, mas, após a vendedora se recusar a dar o desconto, puxaram os balões em um ato de ;brincadeira;.

Cada balão custava R$ 15, mas eles queriam comprar três por R$ 25. A vendedora, Marina Izidoro de Morais, 63 anos, disse que faria cada um por R$ 10. Menos, ela teria prejuízo. ;Ele disse que resolveu fazer uma brincadeira e pediu para a amiga puxar os três balões e depois soltá-los. A amiga atendeu, mas ele não percebeu que estava arrastando a senhora;, detalhou o delegado.

Quando a passageira do carro agarrou os balões, ele fechou o vidro e arrancou com o veículo, uma Mercedes-Benz modelo Cla 45 AMG de cor branca, avaliada em R$ 220 mil. Os três balões que ficaram dentro do carro estavam amarrados aos outros, presos ao pulso da vendedora de 63 anos. Quando o vidro da Mercedes foi fechado, a idosa foi arrastada por cerca de 100 metros pelo asfalto.





Fuga

A Mercedes não parou nem com o apelo de testemunhas, que viram a mulher ser arrastada pelo carro. Marina só se livrou após as bexigas se soltarem. Testemunhas anotaram a placa do carro e avisaram à polícia.

Morador de um prédio em Taguatinga, onde mantém quatro carros na garagem, Willian deixou a delegacia sem dar entrevista. Ao ser questionado sobre a demora do cliente a comparecer à delegacia, Leonaldo Correa Brito, advogado do empresário, disse que o acusado ;não compareceu antes porque estava apreensivo com a repercussão;. Ele não informou se o cliente estava ou não sob efeito de álcool na noite de sábado, nem se ele vai prestar auxílio à vítima.

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