Cidades

Dia de refletir e agradecer

Cerca de 10 mil pessoas participaram das celebrações de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios, em meio aos festejos dos 60 anos da Arquidiocese de Brasília

postado em 21/06/2019 04:19
A procissão, que teve início em frente à Catedral de Brasília, é o ponto alto dos festejos que lembram o mistério da Eucaristia

A celebração anual de Corpus Christi levou cerca de 10 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios na noite de ontem. As atividades tiveram início com a tradicional confecção do tapete colorido, feito de serragem, por onde passou o grupo que celebrou a missa. Duzentos padres, 439 ministros da eucaristia e 120 seminaristas participaram da cerimônia religiosa. O nome da data significa ;corpo de Cristo;, e o feriado é comemorado 60 dias após a Páscoa.

Na ocasião, os católicos lembram o mistério da Eucaristia. Segundo os dogmas da religião, esse sacramento representa o momento em que Jesus Cristo se fez presente por meio do pão e do vinho santificados. Às 16h30, os padres saíram da Catedral em direção ao palco montado no gramado central. Segundo o pároco da igreja, João Firmino Galvão Neto, a celebração do corpo de Cristo começa no início do ano. ;Não é uma coisa de momento. Há uma preparação que vai desde os detalhes. As pessoas vão, ao longo do ano, juntando os materiais para chegar aqui e mostrar, na criação dos tapetes, os dons que têm;, declara.

Durante a missa, iniciada às 17h, na área central da Esplanada, os fiéis aproveitaram para fazer reflexões, sentados no gramado, escorados em grades ou caminhando pelos arredores do palco. Muitas pessoas levaram banquinhos para se acomodar. Outros, preferiram afastar o frio abraçados a amigos, companheiros e familiares. As mãos levantadas aos céus, em agradecimento a Deus, marcaram momentos especiais da solenidade, que contou com bastante emoção, além de orações. Às 18h30, teve início um dos pontos altos da solenidade: a procissão. Fiéis acenderam velas para iniciar a caminhada em frente à Catedral de Brasília.

Tochas e velas
Nesse momento, 250 jovens se revezaram para transportar 120 tochas. Os itens simbolizam a luz de Deus; os jovens, aqueles que a levam da igreja para o mundo. Participante assíduo, o bancário Wendel Santana, 38 anos, esteve na edição deste ano acompanhado da mulher, a cabeleireira Maria Antônia Almeida. ;Hoje, além de agradecer, viemos pedir pela nossa saúde, nossa família, nosso casamento, pelos nossos dois filhos e pelo dom da vida. Mas, acima de tudo, para agradecer tudo o que Deus faz por nós;, disse o morador de Santa Maria.

O cardeal e arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, lembrou que a edição deste ano comemora os 60 anos da Arquidiocese de Brasília. ;Como é bom partipar do Corpus Christi, apesar do sacrifício de muitos para estarem aqui. Mas isso é graça. É Jesus realmente presente na hóstia consagrada. Nesses 60 anos de arquidiocese, temos rezado com o compromisso de caminhar unidos e de evangelizar a todos no amor do Senhor nos diversos espaços do Distrito Federal;, discursou.

Assim que os celebrantes desceram do palco, a multidão de fiéis seguiu pelo quadrilátero em frente à Catedral de Brasília. A tradicional procissão com velas, que circulou o quadrante onde o evento ocorreu, contou com três paradas para bênçãos: aos enfermos, aos governantes e às famílias. O Eixo Monumental ficou fechado nos dois sentidos para a caminhada dos fiéis.
Estudante de análise de desenvolvimento de sistemas, João Pedro Oliveira, 19, esteve na celebração pela primeira vez no ano passado. A participação na montagem do tapete representou um momento de transformação da fé do jovem. ;Agora, quero estar em todos os anos. Vim com um grupo de amigos, mas, no momento da missa, preferi me afastar um pouco para fazer reflexões. Às vezes, no meio do pessoal, não conseguimos nos conectar. E esse momento é de conexão;, comentou o morador da Asa Norte. ;Está sendo uma experiência única e incrível. Meu foco é só agradecer. Não quero pedir nada;, completou.

*Colaborou Bruna Lima

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