postado em 22/06/2019 04:18
Lealdade a Bolsonaro: de pai capitão do Exército para filho policial militar
Major da reserva da Polícia Militar, o advogado Jorge Antônio Oliveira Francisco, é o primeiro integrante da corporação a assumir um cargo no núcleo duro do poder federal. Anunciado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro para a Secretaria-geral da Presidência da República, o oficial é filho de um antigo colaborador da família Bolsonaro. Durante mais de 20 anos, foi leal ao pai e aos três filhos do hoje presidente da República. Capitão da reserva do Exército como Jair Bolsonaro, Jorge Francisco, figura na Justiça Eleitoral como o maior doador das campanhas do clã, na condição de pessoa física. Desde 2004, ele doou R$ 48,5 mil para candidaturas dos Bolsonaro. Em 2004, foram R$ 10 mil para o 02, Carlos Bolsonaro, na disputa a uma vaga de vereador. Dois anos depois, a colaboração de R$ 10 mil caiu na conta de campanha de Jair Bolsonaro que se reelegia deputado federal. Nesse mesmo ano, o 01, Flávio, hoje senador, recebeu R$ 13 mil do capitão Jorge Francisco. Para Eduardo Bolsonaro, o repasse foi de R$ 11 mil, em 2014. A última colaboração ocorreu em 2016. Transferiu R$ 2,5 mil para a candidatura do vereador Carlos Bolsonaro, em sua quarta eleição. O próprio ministro da Secretaria-geral da Presidência declarou doação de R$ 4 mil dos R$ 13 mil arrecadados, segundo prestação de contas, para Flávio Bolsonaro em 2006.
Poder transferido
Em abril do ano passado, o capitão da reserva Jorge Francisco morreu de infarto, aos 69 anos, cinco meses antes do atentado do amigo, em plena campanha eleitoral. Bolsonaro chegou a suspender a agenda de campanha para lamentar a perda e ir ao enterro no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O capitão também não teve a oportunidade de ver o presidente subindo a rampa do Palácio do Planalto. Mas o filho, Jorge Antônio Oliveira Francisco passa a ser poderoso, ocupando uma sala ao lado do gabinete do presidente da República.
Visita para poucos
Em fevereiro, o novo ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Jorge Antônio Oliveira Francisco que já exercia a função de subchefe de Assuntos Jurídicos do Palácio do Planalto, foi um dos poucos e seletos integrantes da equipe a despachar com o presidente Jair Bolsonaro no quarto do Hospital Albert Einstein, onde se recuperava de uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia.
Prestígio e rusgas
Entre policiais e bombeiros militares, a esperança é de que, com um representante no gabinete de Bolsonaro, as duas corporações terão prestígio na hora das decisões do presidente da República. Policiais civis temem que, pelas rusgas entre as forças de segurança, a categoria fique em segundo plano. Um aliado da PCDF, no entanto, é o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que já vinha mantendo contatos com Jorge Oliveira Francisco sobre a reposição salarial dos servidores do DF.
Câmara vai analisar 27 vetos de Ibaneis
Estão na pauta da Câmara Legislativa 27 vetos totais ou parciais do governador Ibaneis Rocha a projetos de lei aprovados pela Casa. Na semana que vem, antes do recesso, os parlamentares devem avaliar em bloco esses vetos e muitos distritais já se articulam para derrubá-los. A maioria das leis barradas foi por vício de iniciativa e os vetos atingiram indistintamente aliados e integrantes da oposição.
Veto a censura
Um dos textos vetados por Ibaneis é de autoria de Telma Rufino. O PL previa punição de quem produzir ou compartilhar fake news ou notícias consideradas inverídicas, com multas de até R$ 75 mil. Segundo especialistas, o texto dava brechas para censurar notícias inconvenientes para autoridades. Há também vetos a leis que incluem festas e eventos no calendário oficial do DF.
Indefinição sobre sirenes
Outro veto a ser apreciado é o imposto à lei que proíbe sirenes em escolas públicas e privadas. De autoria dos distritais Cláudio Abrantes (PDT) e Robério Negreiros (PSD), o texto veda o uso de qualquer aparelho gerador de ruído com a finalidade de indicar horários de entrada e saída nos colégios. Os distritais vão apreciar ainda o veto a um PL que dá passe livre no transporte público a policiais e bombeiros militares.
Fim do passe livre com debate prévio
O governador Ibaneis Rocha retirou da Câmara Legislativa o projeto que restringe o benefício do passe livre, mas ainda não desistiu da ideia de alterar as regras do programa. Ele reconheceu que houve falhas na interlocução com os distritais e explica que, agora, vai criar um grupo para debater amplamente o tema, antes do envio de uma nova proposta. ;Ainda vamos tentar melhorar o passe livre, para garanti-lo apenas a quem precisa. Mas, dessa vez, em comum acordo. Talvez eu tenha errado em enviar o projeto à Câmara, sem chamar os deputados para conversar antes;, diz Ibaneis, em um mea culpa. ;Agora, a ideia é reunir, em um grupo, o secretário de Mobilidade, especialistas da área e parlamentares para construir uma proposta de consenso;, acrescenta o governador.