Cidades

Quadrilha que extorquia público LGBT é presa; três estão foragidos

Os criminosos atraiam as vítimas por meio de sites e aplicativos de relacionamento. Durante os encontros, o grupo filmava a relação e obrigava as vítimas a darem cartões e senhas bancárias

Sarah Peres
postado em 25/06/2019 06:58
Os criminosos atraiam as vítimas por meio de sites e aplicativos de relacionamento. Durante os encontros, o grupo filmava a relação e obrigava as vítimas a darem cartões e senhas bancárias
Agentes da 5; Delegacia de Polícia (Área Central) prenderam oito integrantes de uma quadrilha composta por travestis e homossexuais. O grupo é especializado em extorquir pessoas do público LGBT em Brasília, Goiás, Ceará e São Paulo. Os criminosos filmavam encontros sexuais com as vítimas e, depois, ameaçavam mostrar as imagens para familiares próximos delas. Três integrantes estão foragidos: um estaria no Chile e outro em Paris, segundo a polícia.

Segundo apuração da delegacia, os suspeitos criavam perfis com nomes falsos nestes aplicativos e sites específicos para relacionamento homoafetivo. Nas conversas com as vítimas, o criminoso induzia um encontro amoroso em hotéis da cidade onde a pessoa mora. No quarto alugado, enquanto um dos autores se relacionava com a vítima, os demais criminosos ficavam escondidos na sacada ou banheiro.
Durante a relação sexual, os acusados passavam a filmar o ato e, logo em seguida, saiam do esconderijo. A partir desse momento, iniciava a extorsão da vítima, obrigando-a a entregar senhas bancárias, assim como passar o cartão de crédito dela em máquinas dos suspeitos. Eles também usavam aplicativos de bancos nos celulares das vítimas para realizar empréstimos e transferências. Duas vítimas em Brasília chegaram a pagar R$ 12 mil e R$ 17 mil aos golpistas.

[SAIBAMAIS]O grupo ameaçava publicar os vídeos e mostrar para familiares das vítimas. No entanto, mesmo quando a pessoa colaborava com o grupo, havia agressão física. A vítima era chamada de "maricona" (homossexual de idade mais avançada) e outros termos depreciativos.
Para impedir que as vítimas procurassem a polícia, os suspeitos mantinham as imagens e afirmavam que divulgariam o material. No Distrito Federal, três vítimas foram identificadas e prestaram esclarecimentos aos investigadores. Dois deles são casados e o grupo ameaçou mostrar os vídeos pornográfico às companheiras.

A investigação da 5; DP iniciou em janeiro e, por meio das provas coletadas, conseguiu que a Justiça expedisse oitos mandados de prisões contra membros da quadrilha. Cinco deles foram presos durante o dia de segunda-feira (24/6) e chegaram ao DF ainda pela noite. Três dos envolvidos estão foragidos. Também houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

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