postado em 26/06/2019 04:16
Um consórcio chinês manifestou interesse em elaborar projeto de concessão para a iniciativa privada da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/DF). Ontem, representantes do grupo se encontraram com o governador Ibaneis Rocha (MDB) e integrantes do primeiro escalão do GDF. Os empresários estrangeiros propuseram a reunião para apresentar a estrutura das companhias e reafirmar o desejo de construir uma proposta, de acordo com o secretário de Mobilidade e Transporte do DF, Valter Casimiro. ;Eles queriam mostrar o tamanho da empresa, e a vasta experiência na construção e na venda de equipamento de material rodante, além de dizer que querem apresentar projeto para o metrô;, conta.
Os chineses que participaram da reunião de hoje são representantes dos grupos Crec e CRRC. O primeiro é especializado em construções e projetos. O segundo tem atuação focada na fabricação de trens. As companhias têm negócios no Brasil e demonstraram a intenção de expandi-los, segundo o GDF. ;Eles quiseram nos falar que, por estarem no Brasil, também gostariam de investir nos estudos do metrô. Por isso, sugerimos que eles participassem da licitação do VLT da W3, que está em fase de elaboração de projetos;, contou o chefe da pasta.
Segundo Casimiro, a conversa não tratou de detalhes operacionais. Ele destaca que o consórcio é um dos que manifestaram interesse em mostrar estudos de modernização e gestão para a Metrô/DF. ;Até agora, 13 empresas se apresentaram, mas o próximo passo é que elas revelem projetos e não se pode dizer que todas, de fato, concretizarão isso;, ressalta.
O edital com o chamamento para a apresentação de estudos dos interessados em assumir o metrô foi publicado no início de maio. O secretário destaca que o processo é longo e prevê várias etapas. ;Agora, nós definiremos as empresas habilitadas e daremos 120 dias para que elas apresentem esses estudos. Depois, o projeto escolhido tem de passar pelo TCDF e pela Câmara Legislativa. Só, então, podemos abrir licitação para escolher a empresa que gerenciará;, detalhou.
Em 2018, a operação do sistema sobre trilhos teve deficit de R$ 213 milhões. Segundo Casimiro, a concessão é fundamental para a melhoria do atendimento à população. ;Precisa-se de modernização do metrô. Hoje, ele opera com 24 veículos no horário de pico. Para aumentar, é necessário melhorar toda a rede de energização das linhas e cuidar da segurança. Por isso, é importante colocar para o privado, que entrará com investimentos;, defendeu.
O gerente de marketing da CRRC, Lamarck Sobreira, confirma o interesse no metrô da capital federal, mas destaca que os estudos estão em fases iniciais. ;Dentro de um consórcio como esse, nós, fabricantes de trens, somos só uma parte, mas nos motiva para querer o projeto a possibilidade de colocar um trem de alta tecnologia para rodar por anos numa cidade brasileira;, justifica.
Greve e privatizações
O processo de concessão da Metrô/DF à iniciativa privada começou em meio à paralisação de servidores da empresa. A categoria está parada desde 2 de maio. A tentativa também faz parte de uma onda de privatização de empresas públicas do DF. Ibaneis Rocha deixou clara a intenção de transferir a gestão de companhias como a CEB Distribuição e a Caesb do público para o privado.