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Depois de cirurgia inédita de diabetes, Hran fará mais procedimentos

Com o sucesso de procedimento pioneiro feito por videolaparoscopia, hospital poderá realizar até seis operações do tipo por semana. Taxa de complicação é menor que zero

Bruna Lima
postado em 27/06/2019 06:00
A cirurgia para a cura da diabetes tipo 2 foi feita terça-feira: paciente andou horas após deixar a salaA primeira paciente operada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a cura da diabetes tipo 2 deve receber alta ainda nesta quinta-feira (27/6). O procedimento, realizado por profissionais do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), na terça-feira, é mais um pioneirismo da rede pública de saúde do Distrito Federal e será oferecido a todos os brasilienses que forem considerados aptos pelas equipes médicas.

O Hran poderá fazer até seis operações por semana. Não há fila de espera para a cirurgia. Os pacientes serão encaminhados pelos postos de saúde. Será beneficiado quem se submeteu ao tratamento com medicamentos por ao menos dois anos e não apresentou melhora.

A paciente que inaugurou a forma de tratamento já andava horas após deixar a sala de pós-operatório. Nos dois dias em que ficou no Hran se recuperando da cirurgia, que durou aproximadamente 40 minutos, ela recebeu o acompanhamento da equipe. Nesta quarta-feira (26/6), começou a se alimentar por uma dieta especial e, pela primeira vez em anos, não precisou tomar insulina antes da refeição. Graças à cirurgia, o medicamento não fará mais parte da rotina dela.

Pelos próximos 15 dias, a mulher ficará de repouso em casa. Depois, continuará sendo acompanhada por mais um ano pela equipe médica do Hran, incluindo nutricionistas, endocrinologistas, clínicos gerais e psiquiatra.

A intervenção foi comandada pelo médico Renato Teixeira, coordenador do Serviço de Cirurgia do Diabetes do DF. ;O procedimento é simples e seguro, com riscos inferiores a 0,02%. Essa grande inovação que tem comprovação científica e a efetividade necessária para trazer qualidade de vida ao paciente;, ressaltou.

Benefícios

Antes, o procedimento era feito apenas na rede privada, de forma experimental. Contudo, em 2018, o Conselho Regional de Medicina autorizou o tratamento cirúrgico para a diabetes. Realizada por videolaparoscopia, ele é uma espécie de cirurgia bariátrica e de redução do estômago, mas sem o fim de emagrecimento.

A cirurgia também poupará os cofres públicos, pois, segundo o Ministério da Saúde, são gastos em torno de R$ 1 bilhão anuais só com remédios para pacientes com diabetes tipo 2. ;O tratamento de diabetes é caro e para a vida inteira. Vamos regulamentar o procedimento para garantir que todos tenham acesso igual e sejam submetidos a critérios objetivos de seleção;, garante a secretária adjunta de Assistência à Saúde, Renata Rainha. Cada cirurgia deve custar, em média R$ 5 mil.

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