Cidades

Governo mantém licença para servidores, mas não pagará pausas

Na última sessão do semestre, distritais aprovam proposta do governo que mantém a licença para servidores, mas acaba com pagamento de pausas não tiradas. LDO passa com emenda que incluiu pagamento da terceira parcela do funcionalismo

Alexandre de Paula, Ana Viriato
postado em 27/06/2019 06:00
A última sessão da Casa no semestre aprovou projetos de lei do Executivo e dos deputados distritaisO GDF conseguiu vitória expressiva na Câmara Legislativa ao aprovar, ontem, texto que pôs fim ao pagamento de pecúnias para servidores do Distrito Federal. Mesmo com a pressão de sindicalistas e de parlamentares e do histórico de dificuldades para mudanças relacionadas ao tema, a articulação do governo permitiu que a proposição, depois de algumas concessões, fosse aprovada por unanimidade no plenário da Casa.

Ao longo do primeiro semestre, o governador Ibaneis Rocha (MDB) encontrou resistência para aprovar projetos considerados mais simples e populares, como redução de impostos. Os deputados também aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ao contrário do que previa a versão do Executivo, distritais adicionaram emenda que autoriza o pagamento da terceira parcela do funcionalismo local, pendente desde 2015.

Para acompanhar a votação do fim das pecúnias, servidores compareceram à sessão de ontem, mas não houve protestos e confusão. Até mesmo parlamentares da oposição fizeram elogios à postura do governo, que aceitou alterar o projeto depois da pressão das categorias. O secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão do DF, André Clemente, foi muito citado nos discursos de deputados por ter participado da articulação em busca de acordo. ;Foi fruto da transparência. O que não era possível, fomos francos. Isso nos permitiu êxito em um projeto que era tratado como pauta-bomba;, comemorou o líder do governo na Casa, Claudio Abrantes (PDT).

A proposta aprovada ontem foi a terceira versão apresentada pelo Executivo local. Conforme as disposições, mantém-se o direito dos funcionários públicos de usufruírem até três meses de folga, com remuneração, após cinco anos de trabalho de forma assídua. O projeto, no entanto, proíbe o acúmulo das pausas e, assim, põe fim às pecúnias ; valor pago após a aposentadoria aos servidores que não usam essas folgas no exercício do cargo.

O projeto de lei complementar estabelece que os gestores de cada órgão terão um prazo de 120 dias, a contar da data do requerimento da licença-servidor, para definir o período de folga do funcionário público. Caso a data-limite seja descumprida, o profissional passa a usufruir do benefício automaticamente. O deputado Jorge Vianna (Podemos) ressalta a importância de contratações para que as ausências sejam supridas. ;Se não chamarem concursados, o serviço público será afetado. Hoje, há um deficit em todas as áreas. Alguém precisa substituir os funcionários que retirarão a licença;, destacou.

Segundo o texto, os servidores que completaram cinco anos de trabalho de forma assídua antes da sanção da lei, adquirindo a antiga licença-prêmio, poderão escolher entre o uso da folga de três meses ou o recebimento do valor correspondente ao período após a aposentadoria. Os profissionais em exercício também poderão completar o quinquênio em andamento para adquirir o benefício.

Cronograma

Para emplacar a proposição, o governo garantiu a revisão do cronograma de pagamento de pecúnias atrasadas. Segundo a Secretaria de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, a dívida do GDF com essa rubrica chega a R$ 660 milhões ; 8.150 profissionais aguardam os repasses. ;O texto de antes era excelente. Esse último é primoroso. É da construção que vem a evolução. O decreto que estabelece o cronograma de pagamentos das pecúnias será fechado da mesma forma. A redação será a várias mãos, com sugestões;, frisou o secretário de Assuntos Legislativos do DF, Bispo Renato Andrade.

"Foi fruto da transparência. O que não era possível, fomos francos. Isso nos permitiu êxito em um projeto que era tratado como pauta-bomba;, Claudio Abrantes, líder do governo na Câmara.

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