Cidades

Embates com saldo positivo

postado em 30/06/2019 04:21
A relação entre a Câmara Legislativa e o Palácio do Buriti teve momentos de tensão nos primeiros seis meses de mandato. Ainda assim, o saldo para o GDF foi positivo. O Executivo local conseguiu, com negociações extensas e concessões, aprovar 20 dos 32 projetos encaminhados à Casa no semestre. Questões polêmicas, como a expansão do modelo de gestão do Instituto Hospital de Base e a extinção das pecúnias, foram algumas das vitórias do governo.

O primeiro embate do governador Ibaneis Rocha com os distritais aconteceu antes do início dos trabalhos legislativos. O chefe do Buriti pediu que deputados se reunissem em sessão extraordinária, antes do começo do calendário oficial, para avaliar o projeto que criou o Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (IGES/DF), responsável pela gestão de hospitais e UPAs.

Com a resistência dos distritais, Ibaneis chegou a ameaçar processar quem fosse contra a ideia, mas depois contemporizou e conseguiu a realização da sessão extraordinária e a aprovação do projeto. Com a vitória, o governador parecia ter base consolidada, mas, na prática, enfrentou momentos difíceis. Até mesmo projetos para reduzir impostos, considerados de aprovação fácil, foram ignorados pelos parlamentares.

Para contornar os problemas de articulação, o governo precisou se ater a negociações isoladas para cada uma das propostas, e o próprio governador reconheceu a necessidade de dialogar mais com os parlamentares. Em busca de consolidar a base, levou um deputado para o Executivo ; Daniel Donizet (PSDB), que assumiu a administração do Gama ; e ampliou as conversas em busca de acordo.

Em busca de consenso, Ibaneis também recuou em pautas que complicaram a relação com os distritais. O caso mais simbólico foi o projeto com alterações no Passe Livre Estudantil. A proposição desagradou a maioria dos distritais, provocou protesto dos estudantes e ficou emperrada na Casa até que o governo resolveu retirá-la de pauta.

Na última sessão do semestre, o GDF sacramentou uma das principais vitórias na Câmara até agora: a extinção das pecúnias. Dois governadores anteriores ; José Roberto Arruda (PL) e Rodrigo Rollemberg (PSB) ; falharam na tentativa de emplacar a ideia. Com mudanças no texto, o governo conseguiu unanimidade em uma pauta que retira benefícios de servidores públicos, base de muitos parlamentares.

Segundo semestre
Algumas propostas importantes para o governo permanecem na Casa para avaliação após o recesso, além de outras previstas para serem encaminhadas. Entre os projetos protocolados, há a criação da região administrativa do Sol Nascente e mudanças no ICMS. Deve chegar, nos próximos meses, o projeto de alteração do uso e da ocupação do Setor de Indústrias Gráficas. Uma nova proposta de mudanças no Passe Livre também será analisada, em diálogo com parlamentares. ;Também está em estudo a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), que pode chegar em breve;, adianta o líder do governo na Câmara, Cláudio Abrantes (PDT).

Para ele, o primeiro semestre demonstrou maturidade. ;A maioria dos projetos importantes para o governo foram aprovados: Iges, fim das pecúnias. A relação foi construída sem toma lá dá cá, com base no convencimento e na discussão do que é bom para o GDF e para a sociedade;, avalia.




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