Cidades

Presos por fraude em Corumbá

Polícia Civil do Distrito Federal apura esquema milionário em contratos de consórcio que administra usina hidrelétrica em Luziânia (GO), no Entorno. Agentes cumpriram mandados de busca, apreensão e prisão em Brasília, Goiás e São Paulo

Correio Braziliense
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postado em 04/07/2019 04:20
Hidrelétrica de Corumbá III: gestora é vítima de grupo criminoso, que inclui ex-diretor-presidente

Policiais civis brasilienses prenderam quatro pessoas acusadas de participação em fraudes contra o Consórcio Empreendedor Corumbá III, responsável pela exploração e administração da Usina Hidrelétrica de Corumbá III, em Luziânia (GO). Os contratos alvos do bando somam cerca de R$ 7 milhões.

Os mandados de prisão foram cumpridos ontem, no Guará, em Luziânia, Aparecida de Goiânia (GO) e Campinas (SP). A operação, batizada como Espelho d;água, cumpriu também sete mandados de busca e apreensão. Entre os produtos apreendidos estão computadores, documentos e outros materiais eletrônicos.
O delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), explicou que o gestor de contratos do consórcio e outros acusados praticavam fraudes, inicialmente, por meio de empresas de fachada.

;Eles superfaturavam contratos através de empresas espelhos, ou seja, com nome parecido com as que eram contratadas. O gestor de contrato desviava parte do dinheiro para elas e depois fazia um aditivo para pagar as originais;, detalhou Salomão. Como os nomes das empresas eram parecidos, o CNPJ não era checado, permitindo o desvio sem chamar a atenção.

Fantasmas
Em seguida, as fraudes passaram a ser feitas por meio de empresas fictícias. ;O gestor contratava empresas fantasmas. Algumas delas contratavam empresas terceirizadas que faziam parte do serviço, por meio de contratos superfaturados. Por exemplo, um contrato era de R$ 200 mil, mas o serviço saía por R$ 600 mil com a terceirização;, esclareceu Salomão.

Segundo o delegado, algumas das empresas fictícias e espelhos estavam em nome de parentes do gestor de contrato. Ele tinha procurações para administrar esses empreendimentos. ;Elas não tinham sede nem endereço comercial e, conforme o Ministério do Trabalho, não havia servidores;, ressaltou.

A polícia apura as fraudes desde 2015, a pedido do consórcio. Não há indícios de que as empresas terceirizadas e as contratadas sabiam do esquema. Os contratos investigados são de janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Todos de manutenção, como revegetação, retirada de material, cercamento e recuperação de projeto erosivo.

Entre os presos, está um ex-diretor-presidente do consórcio ; a polícia não divulgou o nome. As investigações apontaram transferências de dinheiro dessas empresas para a conta pessoal e de uma empresa dele. O acusado teria recebido cerca de R$ 700 mil dos empreendimentos espelhos e fictícios.

Crimes
Os investigados vão ficar presos temporariamente. ;O próximo passo é fazer uma análise dos documentos apreendidos, verificar a questão das contas bancárias e transferências realizadas entre eles, além de checar se há outras pessoas envolvidas;, detalhou o delegado. Os acusados podem responder pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsidade de documento, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Por meio de nota oficial, o Consórcio Empreendedor Corumbá III afirma que ;assim que se verificou os indícios de fraude, foram tomadas todas as providências cabíveis. Dentre elas, sindicância interna, demissão dos envolvidos e denúncia à polícia;. Ela completa ressaltando que as autoridades seguem investigando possíveis condutas criminosas envolvendo ex-funcionários e prestadores de serviços.
O Consórcio Empreendedor Corumbá III entrou em funcionamento em janeiro de 2010. A sociedade é compartilhada por empresas acionistas, incluindo a Companhia Energética de Brasília (CEB). A estatal detém 37,5% de participação no consórcio. O índice equivale a 15% do total das ações do empreendimento.

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