Cidades

6ª Parada do Orgulho LGBT do Cruzeiro leva cerca de 150 pessoas às ruas

Edição compõe agenda anual de eventos marcados em diferentes cidades do DF. Participantes percorreram vias do Sudoeste e celebraram decisão recente do STF que criminaliza a homofobia

Jéssica Eufrásio
postado em 07/07/2019 22:30
Trio elétrico deixou o Eixo Monumental por volta das 18h e seguiu percurso até as 21h Cerca de 150 pessoas se reuniram, neste domingo (7/7), para acompanhar a 6; edição da Parada do Orgulho LGBT do Cruzeiro, Sudoeste e da Octogonal. O evento contou com apresentações de DJs, drag queens e shows de artistas locais, como a cantora Pikineia Minaj. A concentração teve início às 15h, em frente à Praça do Cruzeiro, no Eixo Monumental. Por volta das 18h, um trio elétrico percorreu ruas do Cruzeiro e do Sudoeste até retornar ao ponto de partida. O evento terminou às 21h.

Wilton (E) e Eduardo (D) são organizadores voluntários da Parada do Orgulho LGBT de Brasília Estudante universitário, Wilton Alencar, 20 anos, elogiou a edição do Cruzeiro, à qual compareceu pela primeira vez. No entanto, o jovem lamentou a falta de divulgação, fato que, segundo ele, pode ter contribuído para o baixo número de participantes. ;O pessoal está mais acostumado com a de Brasília, na Esplanada. Mas, nos próximos anos, a daqui vai aumentar;, disse o morador de Taguatinga.

Acompanhado de um amigo morador de Luziânia (GO), Wilton acrescentou que as paradas do Distrito Federal atraem muitas pessoas do Entorno. O estudante acredita que isso aconteça pela falta de lideranças em prol do movimento LGBT nas cidades vizinhas. ;Isso contribui para que essa comunidade deixe de ser fortalecida (nessas cidades);, comentou o jovem, que também atua como organizador voluntário da Parada do Orgulho LGBT de Brasília.

Melissa (blusa xadrez) e Daniela (D) participaram da parada acompanhadas das amigas A assistente social Daniela Nunes, 27, esteve na parada e ficou satisfeita ao ver mais pessoas transsexuais e transgênero no evento. ;É importante estarmos presentes para enfatizar o problema da transfobia, e para deixar claro as especificidades de cada tipo de preconceito. Conseguimos o direito de ter nosso nome social e de sermos tratadas pelo gênero que queremos, mas ainda não alcançamos o básico, como empregos;, observou a moradora da Asa Norte.

Amiga de Daniela, a servidora pública Melissa Massayury, 28, destacou que as paradas ocorrem para dar voz a reivindicações da população LGBT e para reforçar uma luta. ;Tomamos a data para festejar (o orgulho LGBT), mas não é só isso. Mostramos também que somos felizes. É um evento que promove a paz e o amor e, ao mesmo tempo, trata-se de uma marcha. Estamos aqui para lembrar aos demais que nós existimos;, ressaltou.

Decisão judicial


Das varandas dos apartamentos, moradores do Sudoeste acompanharam a passeata e acenaram para o público, em apoio ao ato. Entre uma música e outra, os participantes que comandavam a parada de cima do trio elétrico faziam discursos em favor do direito das minorias. A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminaliza a homofobia como forma de racismo foi um dos pontos lembrados durante a caminhada. ;Estamos passando com nossas cores para reafirmar o que o STF decidiu: LGBTFobia é crime;, enfatizaram, ao microfone.

Acompanhada da mulher, a pedagoga Jaqueline Dias, 35, saiu de Valparaíso (GO) para comparecer à parada. Casadas há 15 anos, elas consideram que o ato é uma forma de garantir a liberdade de expressão de grupos que precisam ter direitos básicos garantidos. ;Ficamos felizes com a decisão do STF. Queremos respeito. Se for para lembrar que é disso que precisamos, todo lugar é válido (para manifestação);, ressaltou Jaqueline.

Economia criativa


A 6; Parada do Orgulho LGBT do Cruzeiro, Sudoeste e da Octogonal abriu a segunda temporada do Brasília sem LGBTFobia, projeto que oferece apoio para a promoção de paradas da comunidade no DF. A iniciativa funciona como uma espécie ponte entre organizações sociais e o poder público. Integrantes da Cooperativa de Economia Solidária, encarregados dessas ações, também trabalharão junto aos organizadores da Parada do Orgulho LGBT de Brasília, marcada para o próximo domingo (14/7).

Responsável técnica pelo projeto, Terezinha Pantoja lembra que, neste ano, haverá uma feira com foco na valorização da economia criativa, especialmente de produtores LGBTs: ;Expandimos e apoiaremos mais cinco regiões, além do Plano Piloto e do Cruzeiro. Também promoveremos uma feira da diversidade, na Torre de TV, no dia 27 de julho, com shows e outras atrações;, assinalou. As atividades ocorrem das 10h às 22h.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação