Juliana Andrade
postado em 08/07/2019 08:14
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre, nesta segunda-feira (8/7), 15 mandados de prisão preventiva e 16 de apreensão para combater um grupo criminoso especializado na compra, fabricação e comércio de arma de fogo. A ação faz parte da operação Yuri Orlov, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).
Os mandados estão sendo cumpridos em Taguatinga, Santa Maria, Novo Gama e Cidade Ocidental. As investigações começaram há três meses, após denúnicias anônimas. Até o momento, quatro armas foram apreendidas e 11 pessoas presas. A maioria delas de 20 a 30 anos. Quatro acusados ainda estão foragidos.
"São pessoas perigosas, que viviam do varejo e do aluguel dessas armas. Elas as modificavam, transformando em armamento de uso restrito, potencializando-as, o que aumenta a pena", afirma o diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando Cocito. Os acusados faziam alterações no armamento como colocação de lunetas e rajadas.
As armas eram vendidas no Distrito Federal e no Entorno. A investigação aponta que eles usavam um aplicativo de conversa para o comércio. O preço do equipamento variava e chegava a custar até R$ 6,5 mil. De acordo com o delegado da Corpatri, Diego Castro, ainda não é possivel precisar quantas armas eles vendiam e há quanto tempo o grupo mantinha o esquema.
Entre os presos, está um policial militar aposentado, acusado de fornecer munições ao grupo. "Ainda é cedo pra dizer onde ele conseguia esse material, mas, por ser um ex-policial, há uma certa facilidade. Uma equipe da Corregedoria da PM acompanhou a operação e ele foi encaminhado para cumprir a pena no batalhão", disse o delegado Diego Castro.
Entre o material apreendido, estão 10 rádios comunicadores e dois coletes balisticos, além de ferramentas para confecção e alteração do armamento. Se condenados, os envolvidos podem pegar de três a seis anos de reclusão por posse e porte de arma de fogo de uso restrito e mais quatro a oito em razão do comércio, além da pena por associação criminosa. A investigação vai continuar e objetos apreendidos, como celulares, serão analisados.