postado em 09/07/2019 04:07
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, ontem, 11 pessoas acusadas de envolvimento com um grupo especializado na compra, fabricação e comércio de armas de fogo. Ainda há outros quatro foragidos. A ação faz parte da Operação Yuri Orlov (O senhor das armas), da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).
Os mandados foram cumpridos em Taguatinga, Santa Maria, Novo Gama e Cidade Ocidental. A maioria dos presos tem entre 20 e 30 anos. ;São pessoas perigosas, que viviam do varejo e do aluguel dessas armas. Os criminosos as modificam, transformando em armamento de uso restrito, potencializando-as, o que aumenta a pena e traz a característica de crime hediondo;, ressalta o diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando Cocito.
Entre as modificações estavam a colocação de lunetas e rajadas (vários tiros ao mesmo tempo). O preço das armas variava e chegava a custar R$ 6,5 mil. ;Descobrimos (durante as investigações) que um dos compradores exigia que a arma atirasse em forma de rajada, se não, ele não pagaria a quantia combinada;, detalha o delegado da Corpatri Diego Castro.
O armamento era vendido no Distrito Federal e no Entorno. As investigações apontam que aplicativos de conversa também eram usados para o comércio dos produtos. Ainda não é possível precisar a quantidade de armas que eram vendidas e há quanto tempo o grupo mantinha o esquema.
Ex-policial
Entre os presos, está um policial militar aposentado, acusado de fornecer munições ao grupo. ;Ainda é cedo para dizer onde ele conseguia esse material, mas, por ser um ex-policial, há uma certa facilidade. Uma equipe da Corregedoria da PM acompanhou a operação;, afirmou Castro.
Além das prisões, outros 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Até o fechamento desta edição, quatro armas haviam sido apreendidas, além de equipamentos, como rádios comunicadores, coletes balísticos e ferramentas para confecção e alteração das armas. Se condenados, os envolvidos podem pegar de três a seis anos de reclusão, por posse e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, e mais quatro a oito em razão do comércio, além da pena por associação criminosa. A investigação vai continuar e objetos apreendidos, como celulares, serão analisados.